Insolvência: agora é Coelima by Mabera

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A Mabera desafiou o consórcio Mundotêxtil/Felpinter e convenceu os credores com a sua proposta de 3.636.666,00 euros, tornando-se a dona do activo da empresa e herdeira da sua história.


A proposta da empresa de Famalicão, Mabera, onde pontifica um vimaranense, obteve 89,015% dos votos dos credores, depois de a proposta da Mundotêxtil/Felpinter ter sido retirada perto do final da assembleia.

A Mabera fez chegar ao administrador judicial, um pouco antes da assembleia de credores se iniciar, um documento do Montepio Geral onde comprovava a existência de fundos, no saldo da sua conta, de um valor superior para garantir o pagamento da compra do estabelecimento e outros activos, tal como património, equipamentos e marcas comerciais.

A partir daí, tudo ficou mais claro sobre a verdadeira intenção de uma empresa que no exercício anterior tinha facturado pouco mais de 50 mil euros e cujo grupo – Marpei e Perfil Cromático – podia ancorar a compra da Coelima não apenas em termos financeiros mas de credibilidade no ramo do têxtil.

Outra prova a que se sujeitou, por decisão do credor CGD, foi a de poder entregar à massa insolvente os 200 mil euros para pagar encargos de Junho ao pessoal e satisfazer encargos com impostos à Segurança Social e Autoridade Tributária. 

Para além disso, a CGD quis que a Mabera disponibilizasse um terço dos 3,6 milhões, como sinal da sua vontade de compra e já na próxima 2ª feira, conjuntamente com os 200 mil euros, que o seu advogado considerou “uma exigência que não faz sentido” por “confundir a compra com a gestão da empresa”.

Mais à frente, a CGD haveria de abdicar desta exigência e com o seu voto favorável conjuntamente com mais credores garantia 89,015% do apoio dos credores. Duas empresas – Vipetrade e Vizelgrafe – votaram contra a proposta e a Segurança Social, Portugal Ventures e os trabalhadores (214) abstiveram-se.

As reacções

O advogado da Mabera, Moreira da Costa, considerou que “ganhou a melhor proposta” e agora “é que vão começar os trabalhos” para a sua cliente.

Reiterou acreditar “na viabilidade da Coelima”, no início de um processo cuja prioridade passa por recuperar “a credibilidade da empresa”, aceitando dirigir uma mensagem aos trabalhadores para terem “confiança na nova gestão e colaborarem com José Dâmaso Lobo nesta nova vida da Coelima”.

Para Pedro Pidwell, administrador judicial “esta solução já estava alinhavada desde 4ª feira” quando a Mabera se disponibilizou a pagar o valor mais alto pelos activos da Coelima e assim remunerar em maior percentagem os credores. “A minha obrigação era pugnar pela potenciação do valor mais alto para a massa insolvente” – salientou.

Para o Sindicato Têxtil o futuro da empresa “passa por valorizar os seus recursos humanos”. Francisco Vieira entende que “o talento existente na Coelima” merece essa valorização, esperando que a próxima gestão “tire os trabalhadores do nível do salário mínimo nacional”.

Elogiou a proposta inicial da RTL/José Fontão, importante no processo que permitiu que a Coelima não fechasse as portas e na retirada da proposta da Mundotêxtil/Felpinter, já na ponta final que despachou a decisão que ameaçava adiar-se neste dia.

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