Em momentos mais difíceis que nos obrigam a reflexão, planear o Futuro é tarefa determinante e criar objetivos e estratégias uma obrigação dos decisores locais, nacionais e, mesmo, internacionais. O que temos de certeza é que nada será como o passado e, aprendendo perante as dificuldades, teremos que criar uma nova convivência, mais segura, saudável e solidária.
Nesse sentido, demos especial relevância aos momentos de apresentação e debate das políticas municipais, relacionadas particularmente com a juventude, e a recente reunião do Conselho Municipal de Juventude é um bom fórum para apresentar, ouvir, debater e consensualizar atividades e intervenções que se dirijam, especialmente, para um escalão etário habituado a uma socialização que, hoje, se apresenta restringida e condicionada.
O documento proposto pelo Gabinete da Juventude da CMG é positivo, engloba diferentes temáticas, mas que, apenas eficaz, se dele emanar linhas concretas, orçamentadas, com ações e metas concretas e mensuráveis. Caso contrário, estaremos, uma vez mais, perante boas intenções de que estamos todos cansados.
Estamos conscientes que muito destas políticas se interligam com outras nacionais e, mesmo locais. Mas não deixamos de tomar boa nota de preocupações ligadas à formação, à empregabilidade (quando crescemos menos do que os concelhos vizinhos e, mesmo, em qualidade de emprego), à habitação (quando a oferta para jovens é escassa e os preços para aluguer ou aquisição incomportáveis) e, mesmo à coesão social e territorial.
E, em todos, sentimos alguma generalidade e pouca intervenção, como se a reunião e/ou debate reduzisse as preocupações e facilitasse o ambiente dos jovens vimaranenses. Ora, perguntamos se as oportunidades de um jovem fora do centro urbano (Vermil, Lordelo, Sande, Castelões) serão as mesmas que as que habitam na urge? No momento em que o ensino se desenvolve à distância, as condições de acessibilidade digital (fibra) são semelhantes em qualquer ponto do concelho?
E iremos sair destes momentos difíceis, retomando a nova normalidade. Teremos acessibilidades, transportes, novas empresas, apoio à criação de negócio por jovens, um concelho que retome a tradição de pioneirismo lançado por D. Afonso Henriques, ele também jovem que lutou por um ideal e uma Nação.
Outro ponto que gostaríamos de reforçar são as preocupações ambientais, transversais a muitas outras políticas relacionadas com o desenvolvimento económico, a sustentabilidade e acessibilidades, e aqui dar uma particular atenção ao papel do desenvolvimento rural e da agricultura, como elemento positivo de salvaguarda da biodiversidade e do seu papel na construção de um território equilibrado e amigo do ambiente.
Como entendemos que é importante uma atitude crítica, mas colaborativa, a JP de Guimarães manifestou a sua disponibilidade para, em conjunto com outras organizações, como a Associação Académica da Universidade do Minho, avaliar e encontrar soluções para que os jovens mantenham um equilíbrio saudável, também a nível mental, que estas alterações de socialização muito vieram a alterar. De um profundo convívio no local de estudo ou de trabalho, de lazer, também, se reduza a momentos à distância e através de novas tecnologias, altera comportamentos e, em particular, dos que mais necessitam ou estão vulneráveis. Por isso, entendemos fundamental dar o nosso contributo, olhando o futuro de forma mais otimista.
Não deixamos, no entanto, de nos questionar se algumas destas medidas ou propostas já não deveriam ter sido concretizadas ao longo destes anos e, mesmo, como se encontra o Plano do Prof. António Cunha executado e que impacto tem (teve ou terá) nas políticas de juventude. Porque para fazer mais Planos, já estamos fora de tempo, mas para construir algo, já vamos atrasados. Mão à obra, em nome dos jovens que gostam de Guimarães.
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