Em pleno século XXI, o distanciamento social reflete os problemas da Saúde Pública, face à situação da Covid-19. É usual dizer-se que as gerações mais jovens não demonstram interesse pela política. Contudo, importa refletir sobre as causas desta distância. Como incentivar a participação dos jovens em atividades políticas?
A sociedade contemporânea difunde informação capaz de estimular o espírito crítico, sendo a educação/formação de primordial importância para promover a nossa consciencialização política juvenil. As escolas devem introduzir e criar espaços de debate e aprendizagem política, mesmo sobre temas da sociedade em geral. Procurar quebrar barreiras, não limitando o conhecimento ao curriculum, sendo parte integrante e promissora da sociedade de Futuro.
Todavia, a forma de fazer política não tem cativado a juventude, em geral. Resultado de uma desvalorização assente em várias atitudes do governo, como promessas por cumprir ou as altas cargas fiscais praticadas ou uma linguagem desligada do tempo e das necessidades.
No entanto, os jovens continuam a interessarem-se por causas que chamem a sua atenção e, não será por acaso, que o número de jovens associados a associações e instituições têm vindo a aumentar. Sentimento de transparência na comunicação, liberdade de opinião e atitudes, participação na decisão e estratégia, contributo valorizado.
A consciencialização captura as capacidades cognitivas dos jovens para refletirem sobre o que pode ser alterado na sociedade em que estão inseridos e a política continua a ser discutida por nós, jovens, embora em locais não convencionais. Promovemos sempre debates sobre política entre amigos quer em redes sociais, quer em conversas de café, numa nova abordagem de comunicação mais informal e participativa. Nós que vivemos desde cedo na era do imediatismo e do consumismo.
Porém, se queremos que os jovens valorizem a política, devemos começar por valorizar os jovens. Valorizar-nos é alterar o paradigma, tornar a política mais aberta e atrativa para os jovens, adaptá-la ao contexto dos mesmos. É imperativo os partidos começarem a utilizar novas formas de fazer e comunicar política, de modo a encurtar as distâncias para os millennials.
A nossa participação será verdadeiramente reconhecida e encorajada quando nos começarem a envolver nos processos de decisão, afinal, se nos concedem livre-arbítrio é sinal que acreditam em nós. Confiar na personalidade dos mais novos é, sobretudo, confiar num espírito dinâmico e inovador.
A crescente globalização proporciona uma explosão tecnológica, cada vez mais focada para o futuro. Mais remetida à juventude. Há que começar a inverter os papéis, começando os pais a acreditar (e votar) nos filhos. Assim, o processo de integração inicia-se na crescente participação e valorização dos jovens e, consequentemente, nas decisões que a toda a sociedade afeta.
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