Município: governação será tranquila mesmo sem a maioria absoluta no Parlamento local

Data:

Autárquicas 2025

Os vimaranenses usaram o seu voto, como forma de poder para mudar e transformar o desenvolvimento de Guimarães. Julgaram candidatos e propostas e sentenciaram: mudar quem governa a cidade há 36 anos.

As autárquicas de 2025, foram a 14.ª eleição do tempo democrático, depois de 1976. Escolheram-se os órgãos deliberativos e executivos do Município e da Freguesia, para um mandato de quatro anos – 2025/2029.

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Ontem, depois da campanha mais animada da história democrática, e quiçá a mais dispendiosa e a mais longa (com uma pré-campanha que começou em Janeiro), outorgaram à coligação ‘Juntos por Guimarães’, a tarefa de fazer melhor que o PS, no governo do Município.

Para trás, ficou a ditadura do cartaz (nas praças, rotundas, estradas e caminhos), da fotografia, do vídeo subjugando o debate de ideias, a discussão séria de projectos, prejudicado pela propaganda e defesa acérrima de propostas que exigem muito dinheiro para serem concretizadas.

O que igualmente anulou a discussão de temas – sérios – para a agenda do desenvolvimento do território, foi a confusão de propostas como se Guimarães fosse uma ilha. E o país fosse terra de ninguém sem leis próprias e específicas para os órgãos do poder da administração central e local.

Com alguma demagogia, candidatos (à Câmara) houve quem prometeram fazer o que ao Governo da República cabe executar e decidir; tal como alguns candidatos (a presidente de Junta) se arrogaram fazer o que é da competência da Câmara Municipal.

Esta leitura enviesada das competências de cada órgão levou os candidatos para o delírio sobre o que lhes compete fazer, enganando os eleitores.

O mesmo se passou com o “presidencialismo” das candidaturas. Esconderam-se as equipas, promoveram-se os líderes de listas que são colectivas e não individuais, algo que nem pedagogicamente foi feito, acentuando-se a ideia do “regedor” e do “homem providencial”.

Vimaranenses elevaram a fasquia da sua exigência ao mudar a governação municipal. © Direitos Reservados

Centrar tudo numa figura única é pouco ou nada democrático… mas os eleitores parecem importar-se mais com a democracia do homem só do que com a força de uma equipa diversificada no género e na competência, uma incongruência de tantos que gostam do futebol, onde se evidencia o valor de todos e não apenas das estrelas.

O território administrativo vestiu-se de cores diferentes para os seus órgãos, no Município e na Freguesia. Um tsunami eleitoral que afastou o PS do poder na Câmara e deixou-o mal-tratado na Assembleia, onde deixou de ser absoluto. Nas freguesias foi onde a prestação socialista foi mais apreciada, pela eleição de mais presidentes de Junta que o adversário e consequente mais eleitos. 

Na Câmara, a maioria absoluta inverteu-se em favor das hostes dos partidos dos ‘Juntos por Guimarães‘ (a versão local da AD) e fez presidente do executivo Ricardo Araújo; no parlamento local, Rui Armindo Freitas só garantirá a presidência da Mesa com os votos de outros partidos, tem 25 votos dos deputados eleitos e mais 25 de presidentes de Junta. Porém, precisa de mais seis – por sinal os votos do Chega – para garantir a eleição com 56 votos. A CDU com dois deputados e a Iniciativa Liberal com um, não influenciarão em nada a votação para a maioria necessária.

Já no funcionamento pleno da Assembleia Municipal, a maioria pode funcionar com votos de alguns presidentes de Junta socialistas que não desejarão entrar no jogo partidário de poder e contra-poder, causando problemas à Câmara em matérias que o parlamento local tem de se pronunciar. E não quererão ter contra si o poder do executivo municipal, dono e senhor das decisões e do dinheiro. Far-se-á o retorno ao presidente de Junta que não entra no jogo partidário, votando nas propostas da Câmara para não prejudicar os cidadãos das freguesias que representam. O Bloco de Esquerda perdeu a sua representação neste órgão, diminuindo, ainda mais, a sua influência no poder local, em Guimarães.

Nas assembleias de Freguesia, os 55 presidentes de Junta foram eleitos, da seguinte forma: 30 para o PS e 24 para os partidos da AD – a que se soma a candidatura independente em Ronfe que apoiaram.

© 2025 Guimarães, agora!


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