Ricardo Araújo entrou ao ataque na reunião de Câmara desta manhã. Foi duro e falou “grosso” contra um “PS que traiu Guimarães e o presidente da Câmara”, no consenso alargado estabelecido para adoptar o Metrobus/BRT como solução para resolver (parte) da mobilidade no concelho, sobretudo na ligação a Braga – onde será localizada uma estação de Alta Velocidade.
O líder do PSD Guimarães indignou-se por o líder do PS do Toural ter ‘roído’ o acordo que dava força a Guimarães para reclamar e reivindicar esta via de ligação ao Quadrilátero Urbano, à fronteira e à Galiza, e, também, à Europa.
Ricardo Costa havia afirmado, no Sábado, que “se eu for presidente da Câmara não há BRT nenhum”. O também deputado do PSD, no Parlamento, tirou uma conclusão: a de que Ricardo Costa quebrou “a consensualização estratégica” existente na Câmara, na Assembleia Municipal e na sociedade de um desígnio pelo qual lutou, nestes últimos anos, Domingos Bragança relativamente a um equipamento que “é estruturante para a competitividade do concelho, no contexto regional”.
Perante, o que entendeu como um “desvio” na orientação política do seu adversário nas próximas eleições locais, Ricardo Araújo, considerou que “isto é grave”, depois de ter lido a notícia que aqui publicamos, no Sábado.
Ora, foi esse ziguezague que o presidente da concelhia local do PSD quis saber se era comum “aos restantes vereadores socialistas”. Domingos Bragança incitou mesmo os vereadores do PS presentes a dizerem o que pensam da decisão da Câmara de optar pelo BRT. Mas Adelina Pinto, Paula Oliveira, Nélson Felgueiras e Sofia Ferreira manifestaram um silêncio que foi entendido como estando de acordo com o que Domingos Bragança defendeu até agora. Paulo Lopes Silva, de licença de paternidade, e Ana Cotter, no Porto por causa da revisão do PDM, nada podiam dizer.
Esta insistência de Ricardo Araújo, sobre a posição dos vereadores socialistas – alguns dos quais já estão do lado de Ricardo Costa – foi justificada porque a decisão sobre o BRT “não é mesma coisa como se estivéssemos a falar da construção de um pavilhão”.
Confrontou, ainda, o presidente, com a dúvida que a declaração de Ricardo Costa possa ter tido no seu pensar. “Tenho receio – disse – que esteja a perder fôlego nesta matéria, em algo porque lutou no seu mandato, e como sempre disse que o exerceria até ao fim, gostaria de saber se vai continuar a lutar por este desígnio”.
“Ficou claro que o senhor presidente já perdeu o apoio do PS local, o que é grave.”
Mas não se ficou por aqui: “depois da notícia publicada no Sábado, ficou claro que o senhor presidente já perdeu o apoio do PS local, o que é grave… tal como quebrou o apoio o este projecto estratégico…”
E, considerou mesmo que o “se eu for presidente da Câmara não há BRT nenhum”, dito de Ricardo Costa, interpretado como “uma facada nas costas… num assunto em que tanto se empenhou”. E uma acusação clara de que “o PS está a trair os interesses de Guimarães”.
Domingos Bragança ouviu e respondeu traçando uma linha vermelha: não entrar nos desígnios políticos que os candidatos possam ter, para um novo ciclo político.
Manteve que “esta obra é para avançar” e que segurará tudo “o que é da minha responsabilidade e da Câmara” no que resta do seu mandato.
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Não tem razão nenhuma para, em relação ao BRT, mudar de opinião, concordando com Ricardo Araújo que esta matéria “é uma questão estratégica de Guimarães, para além dos ciclos políticos” e terá um impacto global de mais de 400 milhões ou mais se considerarmos a sua extensão até ao centro de Braga como já está em curso.
Repetiu que “negociamos este empreendimento com o Governo anterior e com Pedro Nuno Santos então Ministro das Infraestruturas e estamos a fazê-lo com este Governo”. Considerou como “questão nenhuma” esta discussão à volta do BRT ou Metro Ligeiro de Superfície. E mostrou que a prioridade é a mesma: “convencer o actual Governo e Miguel Pinto Luz, Ministro do sector, para arranjar o financiamento deste projecto”.
Pediu que “não baralhem as questões” sobe pena “de estarmos a contribuir para que nada se faça”, lembrando, mais uma vez que “não estraguem o que estamos a fazer”.
“Sempre fui claro nos meus propósitos e nunca fui dúbio.”
E, por isso, o projecto BRT continua, admitindo o presidente trazer à reunião ou até ao mês de Abril, os estudos já feitos. Ao mesmo tempo, foi dizendo que “sempre fui claro nos meus propósitos e nunca fui dúbio” e que “a minha responsabilidade é até Outubro”.
Também lembrou, quando respondeu aos jornalistas, no final da reunião, que os candidatos ao seu lugar “não estão a acrescentar nada… podem é aperfeiçoar o que a Câmara está a fazer” e vai continuar depois de Outubro.
Sobre a afirmação de Ricardo Araújo de que o PS do Toural “está a apunhalá-lo pelas costas”, Domingos Bragança sustentou: “a mim ninguém me apunhala pelas costas”…
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