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Guimarães
Quinta-feira, Novembro 21, 2024
José Eduardo Guimarães
José Eduardo Guimarães
Da imprensa local (Notícias de Guimarães, Toural e Expresso do Ave), à regional (Correio do Minho), da desportiva (Off-Side, O Jogo) à nacional (Público, ANOP e Lusa), do jornal à agência, sempre com a mesma vontade de contar histórias, ouvir pessoas, escrever e fotografar, numa paixão infindável pelo jornalismo, de qualidade (que dá mais trabalho), eis o resultado de um percurso também como director mas sempre com o mesmo espírito de jornalista… 30 anos de jornalismo que falam por si!

24 de Junho: um feito falado mas não vivido pelos portugueses 

Bem poderia ser a noite do orgulho vimaranense. Mas a data encerra um significado maior… a do nascimento de Portugal.

Até agora, todos concordam que o 24 de Junho de 1128 é a data do nascimento da gesta portuguesa, sendo poucas as vozes credíveis que contrariam o consenso nacional para que assim seja.

Porém, se é justo que se proclame o vimaranensismo – em forma de condecorações municipais, de inaugurações e, também, com a demonstração da Feira Afonsina, a lembrar esse passado heróico, o 24 de Junho para se tornar um acontecimento nacional, tem de merecer uma comemoração mais arrojada e exigente. E participada, envolvendo os órgãos do poder nacional.

Não se pode comemorar uma data que se quer mais portuguesa com significado restrito à sua importância local, de mero feriado municipal.

Guimarães tem de fazer a sua parte: ser exigente com uma festa nacional que ganhe impacto. E não seja apenas o dia dos seus actuais heróis.

Se assim continuar a ser, de nada adianta reclamar o Dia UM de Portugal com um programa de mera celebração local.

Aumentar a sua ambição para que o 24 de Junho de 1128 não seja mais uma festa.

Caberá a quem decide, ao nível político, aumentar a sua ambição para que o 24 de Junho de 1128 não seja mais uma festa mas se torne um acontecimento que vinque o orgulho nacional.

Empenhar-se na dignificação da data é um trabalho colectivo, partilhado, constante para que o acontecimento não seja apenas um desfile de vaidades.

Proclamar o Dia UM de Portugal, desejar o reconhecimento nacional da fundação da nacionalidade, deve ser um desígnio do país e não de um Município. Embora aqui mereça e deva ter lugar. E muito menos uma bandeira de uma família política que passa por Santa Clara.

Fazer mais do que o trivial é o que pode ajudar a lembrar aos portugueses que as suas raízes estão em São Mamede, remontam a 24 de Junho de 1128; e o país não começou nem com ‘Os Lusíadas’ nem com a epopeia que nele é relatada, que narra a descoberta de novos mundos, pelo navegador português Vasco da Gama, a partir de 1469, cujo feito todos saudamos.

As fronteiras portuguesas nasceram em 1128 e para que se reafirme isso, as celebrações do Dia UM de Portugal, já há muito que deveriam ter crescido, camada a camada, ano a ano, e não como um clamor de início de Verão…

© 2024 Guimarães, agora!


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