António Costa e Silva, foi a estrela do debate temático sobre economia e conhecimento que envolveu os candidatos socialistas do distrito nas próximas eleições legislativas.
Convidado pelo cabeça de lista de Braga, José Luís Carneiro, o ainda Ministro da Economia voltou a encantar a plateia com números, descrevendo cenários – que as convulsões no mundo podem causar – e contextos criados pelo sempre presente aumento de energia – e por conjunturas atacadas pela fragmentação política que opõe democratas a autocratas.
Lembrou que o comércio é o maior factor de estabilidade no mundo, como defendeu Montesquieu – o que não é bom para a conjuntura internacional, mais difícil agora em que o paradigma da energia mudou na Europa.
“A Europa cometeu um erro estratégico de não fazer um gasoduto a partir da Península Ibérica.”
Disse claramente que “a Europa cometeu um erro estratégico de não fazer um gasoduto a partir da Península Ibérica, ligando Portugal, ao resto do espaço europeu”. Mas deixou um elogio por ter deixado de depender dos gás russo, de 40 para 8%.
Falou sobre o economia portuguesa, do seu crescimento, e da sua resiliência às ‘polycrises’, na definição do francês Edgar Morin – na economia, na política, na geopolítica, pandemias e crises climáticas, para dar alguns exemplos.
E voltou a agitar os números: Portugal exportou 70% para os parceiros europeus, as exportações nacionais chegaram a 14,5% do PIB em 2022, o sector da metalomecânica cresceu 7,6% nas vendas ao exterior, com os componentes a garantir uma maior competitividade na União Europeia (UE).
Desabafou, com algum orgulho, que “não há hoje um carro na UE que não tenha um componente português”. E sublinhou que uma em duas bicicletas são produzidas em Portugal.
Desenvolvendo um pensamento enciclopédico, António Costa e Silva foi recebendo aplausos ao desfiar o seu conhecimento sobre a economia nacional e regional. Por exemplo, lembrou que o Quadrilátero Urbano – Guimarães, Braga, Barcelos e Famalicão – tem 67 mil empresas com um volume de negócios a rondar os 30 mil milhões de euros, valor que pode aumentar quando “o chão de fábrica” da indústria estiver transformado.
Já num discurso mais político, o Ministro da Economia – que falava enquanto especialista em assuntos económicos – afirmou que “a economia desmente os profetas da desgraça”, invocando as agendas mobilizadores cujos projectos começam a ter já alguma aplicação prática na economia circular na indústria têxtil, o que terá efeito ao nível da gestão da água e das energias renováveis.
Ainda falou sobre a AI – inteligência artificial – e dos seus perigos e ameaças mas lembrou que quando foi introduzida a máquina todos falavam de ameaças incontornáveis que acabaram por não acontecer. Deu um exemplo, do SNS que hoje tem mais tecnologia associado ao processo clínico do que quando foi criado.
Na sua ‘lição’ António Costa e Silva ainda falou do impacto da transformação digital, da impressão 3D, do BRT para aliviar a mobilidade na região, do TGV – Porto/Vigo, e da geo-economia. Evocou a ‘Fábrica do Futuro’ – que pode ter um papel essencial no desenvolvimento de protótipos, esperando que Guimarães venha a ser uma zona livre tecnológica.
Já no fim, deu números sobre a atracção de investimento feita pela AICEP – de cerca de 3,5 mil milhões de euros, da necessidade de fixar talentos, da resiliência do mercado de trabalho que colocou em 2023 cerca de cinco milhões de portugueses na vida activa, sendo que 34% desse universo de trabalhadores tinha formação superior.
E considerou que os centros de interface das universidades vão alavancar a transferência do conhecimento científico para as empresas.
“Temos de mobilizar os portugueses e continuar a transformar o país.”
“Atraímos grandes fabricantes de carros eléctricos para Portugal onde será possível, em breve, construir-se a primeira unidade”, finalizando com o “temos de mobilizar os portugueses e continuar a transformar o país”.
Na sessão, falou ainda Filipe Costa, presidente da AICEP, sobre exportações e José Luís Carneiro, cabeça de lista de Braga sobre os 550 milhões do PRR destinados à região, já com 25% de execução.
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