Foi a última reunião da Câmara Municipal deste ano. Com duas ausências: Adelina Pinto, em gozo de férias; Hugo Ribeiro em retiro com a família depois da polémica lançada com a escolha do candidato do PSD a deputado por Guimarães.
Em tom suave, muito natalício, quase em jeito de mero cumprimento de dever, presidente e vereadores falaram mais do que discutiram. A abordagem dos assuntos da agenda esteve longe de ser política.
Depois de ter começado já com ligeiro atraso, a reunião acabou com um tempo de duração de pouco mais de 60 minutos.
Apesar do tom, há um facto político, a registar:
- A retirada da proposta, proveniente da área do Urbanismo, sobre a delimitação das áreas de Reabilitação Urbana no concelho, mereceu um pedido de esclarecimentos de Ricardo Araújo (PSD) que não compreendeu se a área definida era um reajustamento ou mesmo uma redução.
Ana Cotter só não prestou os esclarecimentos exigidos como não soube defender politicamente a proposta do seu departamento. Utilizou mesmo o “se houve redução de área não foi significativa”.
Ora, o presidente da Câmara, Domingos Bragança, havia defendido o contrário de que a área de reabilitação urbana no concelho deveria ser alargada.
Ricardo Araújo concluiu depois que, afinal, em Serzedelo, Moreira de Cónegos e Brito, havia mesmo uma redução da área classificada para a Reabilitação Urbana. E disse que “esperava uma explicação mais consistente” da vereadora.
Perante, este ‘embaraço político’, o presidente mandou retirar a proposta para ser melhor analisada com a vereadora e para ser votada em 2024, porque “considero importante esperar mais 15 dias”.
Houve outro ponto que também foi retirado por motivos diferentes: discutia-se a aprovação de subsídio de apoio financeiro ao projecto Cantânia da Sociedade Musical de Guimarães. O presidente havia defendido que o Cantânia devia ser melhor conhecido. E pela sua qualidade disse que deveria “ter mais sessões, do que apenas um espectáculo”, acrescentando “merece mais”.
Vânia Dias da Silva, vereadora do CDS/PP, atalhou, então porque não se juntou explicação mais abonatória e “informação útil” que não consta do processo. A proposta será votada em próxima reunião, com a justificação do seu mérito.
Antes da agenda, de 22 pontos, Bruno Fernandes fez a antevisão de 2024 – com as duas guerras no horizonte e com as eleições legislativas fora de calendário. Elencou a habitação e o emprego como duas áreas que estarão na ribalta. E onde o Município deve concretizar projectos anunciados, dada a sua importância no desenvolvimento do concelho, citando a dinamização da cidade na dimensão do comércio local e a construção e alargamento de parques industriais.
Domingos Bragança concordou com esta projecção e os desafios que a agenda municipal tem inscritos, como a reformulação do parque habitacional, embora reconhecendo que a iniciativa privada tem um papel fulcral na construção de alojamentos.
Nesta definição genérica de políticas locais, Domingos Bragança não se mostrou muito agradado com a actuação do Governo na área da justiça, no que à construção de um novo campus diz respeito.
Outros temas ressaltaram nesta abordagem ligeira, à base de intenções e sem estudos. Os transportes públicos, a necessidade de os jovens qualificados terem um emprego bem remunerado, os investimentos na ciência, educação, tecnologia. E os projectos que foram lançados durante o Governo de António Costa, esperando que o próximo Governo os concretize.
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