À primeira vista, o/a leitor/a pode olhar para este título e até abrir o artigo por mera curiosidade, mas garanto-lhe que a reflexão que aqui apresento vai muito para além da freguesia de Ponte e da pequena gestão autárquica que ali se pratica.
Caro/a leitor/a, deixe-me, primeiramente, fazer-lhe um enquadramento do título aqui apresentado: no dia 12 de Outubro de 2023 foi votado, na reunião da Câmara Municipal, um subsídio à Junta de Freguesia de Ponte no valor de 2100 euros para pagar os consumos de água de um “Parque inclusivo” construído junto à zona industrial da freguesia.
Feitos os devidos enquadramentos, deixe-me lembrar-lhe, caro/a leitor/a, que a vila de Ponte, a maior vila em população do concelho de Guimarães, tem em curso, para este ano civil, um orçamento de mais de 332 mil euros. Nestes mais de 332 mil euros, a Junta de Freguesia, e o seu brilhante presidente, não conseguiram encaixar uma despesa que representa cerca de 0,63% do seu orçamento. Uma despesa que não representa sequer 1% do orçamento anual! A isto é que o povo costuma chamar: andar a contar os trocos.
Nesta fase, pensa o caro/a leitor/a: por que é que isto é importante para mim? Não vivo em Ponte. Pois, caro/a leitor/a, não vive em Ponte, mas, certamente, vive em Guimarães. E, em Guimarães, o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Ponte é Presidente do Conselho de administração de uma empresa municipal chamada Vitrus. E, neste particular, é muito importante o exemplo de gestão que Sr. Presidente da Junta de Ponte deixa na sua freguesia. Uma freguesia que cresceu, é verdade. Mas a que custo?
A maior vila do concelho que apostou na plantação de palmeiras, exorbitantes e luxuosas obras viárias, homenagens a santos, mas que foi incapaz de construir uma creche e que, como temos visto, também já não consegue pagar a água dos seus parques infantis/inclusivos.
Na gestão da coisa pública, devemos querer gente cuidadosa. Devemos apostar em pessoas com visão. Devemos eleger gente que tenha projetos sustentados e sustentáveis. E quando falo de projetos sustentáveis, não quero que sejam sustentáveis só quando o Sr. Presidente de Câmara dá o dinheiro, mas que sejam sustentáveis muito para além deste ou daquele presidente.
Em Ponte, quem vier que feche a porta.
Na Vitrus, vamos ver.
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