Muito já foi dito e escrito sobre o facto de Guimarães não ter tido sucesso, mais uma vez, na sua candidatura a Capital Verde Europeia 2025.
No entanto, muitos sentimos que falta ainda informação, porque, como já expressei em vários momentos, tenho a opinião que a comunicação e a sensibilização da população não atingiu os objetivos pretendidos.
Até agora desconhecesse qual a avaliação que foi atribuída a cada um dos sete indicadores ambientais principais, designadamente, a qualidade do ar e da água, a biodiversidade e uso sustentável do território, o desperdício e economia circular, a poluição sonora, a mitigação e adaptação às alterações climáticas. Ora esta avaliação é essencial para se perceber que passos tem que ser dados para o futuro.
Para almejar ao prémio ‘Capital Verde Europeia’, é preciso que Guimarães lidere o caminho da sustentabilidade e resiliência urbanas e que seja exemplo para outras cidades. Contudo, como também já afirmei em vários momentos, falta um caminho mais certeiro na forma como se pode combinar a qualidade de vida dos cidadãos, com a proteção do ambiente e a economia.
E para que esse futuro se concretize com o título de Capital Verde Europeia é necessário reclamar mais e melhores transportes públicos coletivos, concretizando o Passe Social Intermodal em Guimarães e no território da CIM do Ave. Se Guimarães pretende ser uma cidade sustentável exemplar deverá alavancar a luta pelo desenvolvimento da ferrovia, o transporte mais sustentável para pessoas e mercadorias, com uma efetiva ligação aos concelhos do Quadrilátero. Não é possível descarbonizar se continuarmos isolados no que diz respeito à mobilidade sustentável.
Ser Capital Verde Europeia exige a redução do tráfego automóvel, seja nas vias do centro da cidade, seja na ligação com concelhos vizinhos. Não podemos continuar a perpetuar a ideia de que substituir automóveis a combustível fóssil por automóveis movidos a eletricidade será a solução para atingir a neutralidade carbónica.
A promoção da mobilidade suave, a pedonalização, o uso da bicicleta para as rotinas diárias e não apenas para o lazer ou desporto é primordial para conquistarmos o “selo” de Capital Verde Europeia. É essencial devolver as ruas às pessoas, às crianças, para as viverem de forma segura e sem poluição.
Reivindicar a preservação e respeito pela água, um bem essencial que está cada vez mais ameaçado, é cada vez mais necessário preservar-la. Por isso, é urgente combater seriamente a poluição do Rio Ave e do Rio Vizela e seus afluentes.
Uma cidade exemplar ao nível ambiental, respeita os solos, preserva-os e não os desclassifica a “torto e a direito”. Num momento de revisão do PDM há que prestar atenção à proteção dos solos e da sua utilidade porque são os maiores reservatórios de carbono e permitem a mitigação das alterações climáticas, para além da sua importância para a alimentação de pessoas e animais. E como exemplo de preservação e conservação Guimarães tem a Montanha da Penha, um verdadeiro pulmão verde.
E podia continuar, alertando para o que ainda é preciso fazer para que a qualidade de vida para todos seja uma realidade.
Reservei as minhas últimas palavras para enaltecer o trabalho árduo das equipas de trabalhadores, técnicos, cientistas, investigadores que contribuíram para que Guimarães esteja a percorrer o caminho da sustentabilidade.
E relembro que a CDU continuará atenta a todos os passos de uma nova candidatura e na luta pela qualidade de vida das populações, que implica o aumenta dos salários dos trabalhadores, assegurar habitação e serviços públicos para criar condições económicas e sociais para que as famílias se envolvam numa real mudança de comportamentos tão urgente.
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