Há um desejo da Junta de Freguesia de encurtar distâncias entre os que moram e residem na Costa separados pela orografia do território e pelo crescimento de algumas áreas.
O paradoxo da freguesia da Costa resume-se numa simples equação: o núcleo urbano, mais contemporâneo acolhe 60% da população em apenas 10% do território; depois há um conjunto habitacional disperso em 20% da área da freguesia.
Vítor Matos, actualmente presidente da Junta de Freguesia não quer ficar de braços cruzados no que toca a esforços para unir mais todos os cidadãos, para além dos núcleos onde residem.
A busca de uma identidade que junte todos, leva-o a tentar uma aproximação de homens, mulheres e crianças, dando expressão à comunidade enquanto agregado de população saudável.
O Dia da Freguesia é uma tentativa de aproximar e unir todos os cidadãos, elegendo o dia 18 de Julho, dia de Santa Marinha da Costa, como a primeira marca da identidade da freguesia.
Só assim podem ser ensaiados passos que face à diversidade e ao crescimento populacional – a população quase duplicou nos últimos 30 anos – aumentem a coesão social da Costa, vergada ao peso de um núcleo geográfico histórico que se estende até à Penha e de um forte núcleo urbano que cresce e se expande nas franjas da cidade.
Um programa para a evocação do Dia da Freguesia vai ser cumprido, de modo a que haja mais interligação cidadã na freguesia e atenue a falta “de vasos comunicantes” entre os dois núcleos urbanos e aproxime as pessoas.
“Nota-se – afirma Vítor Matos – já que há jovens, destes dois lados da freguesia que frequentam os escuteiros, cuja sede está situada a meio da montanha da Penha”.
Este é um primeiro passo para esbater a barreira de uma freguesia que vive em camadas diferentes do seu território, entre a planície do Parque da Cidade e a meia-montanha identificada em redor do Mosteiro de Santa Marinha até à Penha.
Apesar desta dicotomia geográfica, a Costa é uma das maiores freguesias do concelho de Guimarães. E com características próprias, como “uma mancha florestal que devemos manter e não desperdiçar”, como é a convicção de Vítor Matos.
“Somos o pulmão da cidade, de Guimarães.”
O presidente da Junta lembra que “somos o pulmão da cidade, de Guimarães, com um território verde que se estende a partir do Parque da Cidade até às costas de Infantas e da Lapinha”.
Agora, com a institucionalização do Dia da Freguesia, a Costa começa a sulcar um caminho sustentado de coesão social, capaz de aumentar o dinamismo das suas gentes e das suas instituições.
O programa deste primeiro dia está direccionado para reconhecer o que fazem algumas associações, como os escuteiros, a caminho dos 60 anos, com apostas na formação dos jovens e na defesa da natureza. O Centro Escutista da Penha é, também, uma referência, numa comunidade que começa a ter os seus valores.
O presidente da Junta orgulha-se de “dois jovens atletas, de artes marciais – Ângelo Fernandes e João Silva – que se afirmam em competições em participam”. E reconhece a força e importância de alguns equipamentos como a piscina da JUNI e outros de utilização desportiva.
O Parque de Lazer da Penha, o Parque da Cidade, o Complexo Desportivo do Vitória, implantados no território da freguesia, tal como a Pousada de Santa Marinha e o Mosteiro são ícones de uma freguesia rica em referências de dinamização e desenvolvimento, algumas das quais servem a comunidade urbana que toca na raia do centro da cidade.
Uma missa, no Mosteiro de Santa Marinha, assinala as comemorações, pelas 18h30, seguindo-se uma sessão solene pelas 19 horas.
Depois, a 22 e 23 de Julho, a Costa abre-se enquanto palco para a comunidade a actividades diversas: a Feirinha no Terreiro do Mosteiro, a actividades para as crianças com insufláveis no Parque da JUNI. O dia termina com actividades musicais, com fados e grupos, depois de uma inauguração da reabilitação dos tanques públicos.
Um dia entre o sagrado – a procissão e missa, de manhã – e o profano – feirinha e actuação de Rancho Folclórico – marcam o dia 23 de Julho, o último desta festa que também o Dia da Freguesia quer ser.
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