Quando a Assembleia Municipal reunir, hoje, para eleger a mesa que dirigirá os trabalhos, a voz e o voto dos homens serão estrondosos.
Nesta eleição de lista única, é já certo que a mesa da Assembleia Municipal será composta por José João Torrinha, Pedro Roque e Patrícia Lemos, em tudo igual à que terminou funções no mandato anterior.
A Coligação PSD/CDS absteve-se de apresentar uma lista alternativa e poderá abster-se na votação, o que pode acontecer com os restantes partidos.
Num parlamento local acentuadamente machista, em que 75,25% dos 97 deputados são homens, a paridade vê-se que é uma treta. Ou só levada a sério quando interessa. E as mulheres são menos de um terço.
Entre os 49 deputados directamente eleitos pelos cidadãos, há 32 homens e apenas 17 mulheres; se juntarmos os presidentes da Junta (48) que são eleitos na eleição das Assembleias de Freguesia também aqui a diferença é abismal: 41 presidentes são homens e apenas sete são mulheres.
Num parlamento sexista e masculino, a igualdade de género é estrondosamente afectada. E os responsáveis são:
- Luís Soares, líder da concelhia, responsável pela escolha dos 25 eleitos que cabem ao Partido Socialista;
- Bruno Fernandes, líder da concelhia que colocou a sua chancela sobre a lista do PSD;
A composição das listas é da sua exclusiva responsabilidade, e não se podem desviar dessas escolhas que fazem perdurar, no tempo, o machismo em que se mergulha a política local, 47 anos depois do 25 de Abril.
Nestas escolhas, há as que vêm do passado e aí Domingos Bragança também tem a sua quota parte de responsabilidade pois muitos dos deputados e presidentes de Junta tiveram o seu consentimento.
Assembleia Municipal
Total | PS | PSD/CDS | PCP/PEV | BE | Chega | IL | |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Deputados | 49 | 25 | 18 | 3 | 1 | 1 | 1 |
Pres. Junta | 48 | 36 | 12 | ||||
97 | 61 | 30 | 3 | 1 | 1 | 1 | |
O PS tem 47 homens e 14 mulheres, o PSD/CDS tem 23 homens e sete mulheres. A tendência inversa é a da CDU em que, nos três dos seus membros há duas mulheres e apenas um homem. O Bloco de Esquerda também é representado por uma mulher enquanto Chega e Iniciativa Liberal são os homens que irão estar no parlamento local.
Se o género do deputado municipal é o que é, também, a cor partidária não deixa de ser estrondosamente rosa: em 97 deputados, o PS tem 61, o PSD/CDS 30, o PCP/PEV três e o Bloco de Esquerda, Chega e Iniciativa Liberal têm apenas um deputado.
O PS já deu a conhecer que será um homem a liderar a sua bancada. Luís Soares é o líder e tem como ajudantes Armindo Costa e Silva, Sónia Fertuzinhos, Pedro Cunha, Maria de Jesus Carvalho, Hugo Teixeira, Adelaide Silva, Fátima Saldanha, Elsa Ribeiro, Pedro Mendes e Carlos Ribeiro.
A maioria desta direcção parlamentar alinha pelas teses do seu chefe – Luís Soares – sem qualquer dúvida; Armindo Costa e Silva é reconhecido como ligado a Domingos Bragança e Carlos Ribeiro pode representar a tendência de Sofia Ferreira. O resto é paisagem… uma escolha que resultou da unanimidade dos deputados eleitos (25).
“O Partido Socialista continuará a trabalhar para respeitar e valorizar a Assembleia Municipal.”
Na nota de imprensa, divulgada pelos socialistas, é salientado que “Luís Soares, presidente do Partido Socialista agradeceu a confiança de todos destacando que o Partido Socialista continuará a trabalhar para respeitar e valorizar a Assembleia Municipal enquanto órgão importante no debate político de Guimarães”, algo que acentua o presidencialismo partidário a que se junta o presidencialismo camarário representado em Domingos Bragança.
O líder da bancada da Coligação Juntos por Guimarães, já escolhido, será ratificado na próxima comissão política, de Segunda-feira. Admite-se que Emídio Guerreiro possa deixar essa função.
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