O apagão voltou a eternizar a eterna discussão sobre de quem é a culpa das suas consequências…
É mais do mesmo e o sinal de que a classe política se coloca longe da competência que deve ter para os desafios do novo mundo, ligados às questões energéticas, ambientais e estruturais de uma sociedade organizada… que não deve depender nem deles nem dos seus mandos.
Portugal não dá saltos, anda aos solavancos, tenta correr atrás do prejuízo, entra em guerras de ‘alecrim e manjerona’ entre o público (que é normalmente bom) e o privado (que é mau só porque na mira está o lucro e a eficiência).
A verdade é que no dia-a-dia o público e privado cruzam-se e complementam-se em tantas áreas, mesmo na Saúde que anda na crista da onda.
Por norma, também, ninguém pega o ’touro pelos cornos’… e os nossos ’toureiros’ gostam mais de uma pega de cernelha com menos riscos que visa capturar o animal por trás ou à traição.
Desta forma, passou-se ao lado de se questionar porque é que Portugal está menos apto a responder a algumas catástrofes do que outros países – estruturados, organizados – cujas defesas não dependem nem de um Governo, nem de um partido.
E voltamos ao ideológico de que à esquerda somos progressistas e à direita somos retrógrados, quando é evidente que um país a sério – cuja estrutura organizativa sabe o que fazer, quando os sinos tocam a rebate – tem respostas prontas e organizadas, sem precisar da benção do Papa.
As comunicações entre a comunidade da aviação realizou-se, utilizando a voz e os dados.
Veja-se o caso de Espanha e apenas o exemplo do tráfego aéreo: em 6 mil voos programados realizaram-se 5656, ou seja 94%. E porquê? A gestora do espaço aéreo tem geradores com autonomia para quatro dias e as comunicações entre a comunidade da aviação realizou-se, utilizando a voz e os dados, sem necessidade de recorrer ou dar conhecimento ao Governo que certamente não se preocupou com esta eficiência, eficácia e estrutura pronta a responder a conflitos.
Quando há um incêndio, o quartel dos Bombeiros entra em alerta máximo. E o comandante não vai perguntar ao Presidente da Câmara ou ao Presidente da Junta o que deve fazer para entrar em guerra com o fogo. Muito menos se preocupa em encher os depósitos dos carros de incêndio na hora ou pelo caminho. Este exemplo que se replica noutras áreas evidencia como a sociedade está estruturada e organizada para responder a situações de perigo.
Em vez de nos preocupar-mos em estruturar o país, a robustecer os seus mecanismos, a garantir que estamos prontos… entramos em passa-culpas, a discussões sem fim… quando devíamos agir e não reagir.
Por vezes, dou-me a pensar que os nossos generais só preparam as suas tropas na véspera do confronto com o inimigo, com soldados sem treino que pegam na arma mas não a conseguem disparar…
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