Francisco Pinto Balsemão faleceu com o reconhecimento justo de quem sempre defendeu que o (bom) jornalismo é um aliado da liberdade (de imprensa e não só).
De jornalista a empresário, fez um percurso imaculado ao contribuir para a afirmação da imprensa livre, apesar dos cargos políticos que desempenhou no PSD e no Governo da República.
É natural que nem tudo tenha sido perfeito neste percurso de vida em áreas “quentes”, tornando-se, ainda, um paladino da defesa da iniciativa privada na Comunicação Social, que bem defendeu ainda no tempo do Estado Novo com a fundação do jornal Expresso. E que continuou mais tarde com a sua liberalização, para ser exercida para além do Estado, implantando a primeira estação de televisão privada em Portugal, após a liberalização do sector audio-visual, ocorrida durante o governo de Aníbal Cavaco Silva.
Expresso e SIC e todo o universo multi-média associado são bons exemplos de como a Comunicação Social pode contribuir para o pluralismo democrático, para o desenvolvimento do País e dos Municípios, para além da macrocefalia de Lisboa.
O que fez, também, pela defesa da liberdade de imprensa, são bons exemplos que ficam na história de Portugal e do país democrático que se ergueu depois de Abril de 1974.
“Valorizando a democracia e a independência jornalística para além dos cargos políticos – que enquanto cidadão exerceu – e que não colidiram com a defesa da liberdade.”
Balsemão foi ainda campeão do pluralismo democrático, dando voz a todas as ideias ou correntes políticas, valorizando a democracia e a independência jornalística para além dos cargos políticos – que enquanto cidadão exerceu – e que não colidiram com a defesa da liberdade que defendia para a actividade do sector da Comunicação Social.
Sobre essa independência, falam os jornalistas e todos os que trabalham na SIC e no Expresso, não fosse o facto de Balsemão ter sido primeiro jornalista, depois empresário no sector e, mais tarde, político que até ajudou a fundar um partido: o bem conhecido PPD… Partido Popular Democrático.
Outros não saberão separar as águas numa actividade tão volátil como enriquecedora que é o jornalismo que julgam que liberdade – de expressão e de pensamento – é uma ferramenta de poder (para defesa dos seus interesses mesquinhos) e não um instrumento de desenvolvimento da sociedade.
Um país livre cresce mais do que um país amordaçado – contra o qual Mário Soares lutou. Ambos – Balsemão e Soares – fazem parte de um escol de estadistas que passaram pelo Governo para quem a democracia não era uma palavra vã ou um conceito mas tinha um significado e sentimento tão profundo que ia para lá da moda ou da facilidade do verbo.
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