- Foi o primeiro duelo entre os Ricardo’s, ambos candidatos a ganhar a presidência da Câmara – um poder que nunca experimentaram – correndo em pistas diferentes, um pelo PS e outro pela AD, ambos chegados à Assembleia da República como deputados e, no Município, vereadores – um no poder e outro na oposição, que deixaram as primeiras ideias (soltas) do que seria a sua gestão do Município de Guimarães.
- A plateia era composta por uma maioria de alunos – ainda não eleitores porque têm entre 15 e 16 anos – do 10º ano, do curso de Economia, Ricardo Costa e Ricardo Araújo não foram iguais na apresentação das suas ideias, no tom, no estilo, na serenidade e até no didactismo das suas mensagens, palavras e conteúdos – que chegaram mais depressa à sociedade do que aos alunos (alguns) sempre com o telemóvel à mão…
- Separados por dois anos de idade, tiveram em cerca de 90′, o tempo e a oportunidade para aprenderem com o primeiro teste, em público, no um contra o outro.
Com temas escolhidos e perguntas feitas por alunos, a base das questões esteve no Plano de Actividades da Câmara Municipal e no seu Orçamento. E a composição partidária justificou o debate a dois – e não a três – Mariana Silva (CDU) é a já conhecida.
O que teve mais impacto?
As ideias já conhecidas sobre a mobilidade na cidade e no território, é um campo onde há ainda muito para explicar.
E a opção por Metro Bus (MB) ou Metro Ligeiro de Superfície (MLS) como a mãe de todas as soluções para a mobilidade, voltou a demonstrar que divide os candidatos.
“Sou contra o Metro Bus porque não resolve problema nenhum da mobilidade” – disse Ricardo Costa. E o Metro Ligeiro de Superfície – alargado ao concelho – ligando a Braga e Fafe é que se torna na melhor opção. Recorreu a um general americano, cujo nome não citou, para defender que “a mudança tem de acontecer” e “não se pode ficar fora dela”.
Falou das suas debilidades – vias iguais e não é tão rápido quanto o MLS. Haveria de acrescentar que “é coerente” a sua posição de ser contra o MB, acentuando um bairrismo de querer demonstrar que se vai opor ao centralismo de Lisboa.
Numa comparação com Lisboa (pouco recomendável), Ricardo Costa disse que na balança comercial “nós somos melhores… de mais de 700 milhões positivos e Lisboa tem 11,1 mil milhões negativos”…

Repetiu que se em Lisboa se gastam 800 milhões em cerca de um quilómetro de Metro, também se pode gastar 400 milhões num MLS para Guimarães.
Ricardo Araújo, não foi tanto genérico e enquadrou melhor nos ouvidos dos jovens, as suas propostas como vereador e presidente da concelhia do PSD, feitas na Câmara: a defesa de transportes públicos gratuitos para jovens até aos 25 anos, o reforço dos horários, o passe único, com valor acessível entre 10 e 15€, alargando as linhas às freguesias que neste momento não são servidas pela Guimabus; e aumentando a frequência com horários nocturnos. “Uma solução para mudar o transporte individual pelo colectivo” – defendeu.
Politicamente, Araújo aproveitou a questão para criticar o PS – de Costa – por andar em zigue-zague, lembrando que havia quem defendesse o Teleférico como meio de transporte para as Taipas. E atacou a sua proposta de MLS por não ter foco “nem força regional”, pois, “Guimarães não é uma ilha”.
E justificar porque está do lado do MB – uma alternativa com estudos financiados pelo Fundo Ambiental (do Governo de António Costa), mais consensual entre o PS-Câmara e a AD, com estudos técnicos já avançados – e mais rápido de ser concretizada – e com impacto regional – porque vai para além do concelho na ligação a Braga. E com possibilidades de financiamento pelo actual Governo de Luís Montenegro e dos programas europeus.
Frases:
“Nenhum estudo sugeriu o Metro Ligeiro de Superfície como solução principal, considerada praticamente impossível, pelos técnicos, tem demasiados custos”. (Ricardo Araújo)
“O Metro Bus cumpre os mesmos objectivos, em tempo de viagem, segurança, horários e tem uma via dedicada”. (idem)
“Guimarães não pode ser tratado como parente pobre de Lisboa”. (Ricardo Costa)
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