Autárquicas 2025
Ricardo Araújo abriu o livro do seu programa eleitoral; fê-lo no alto da Montanha, perante uma Senhora da Penha, indiferente à apresentação pública dos candidatos do PSD à Assembleia e Câmara Municipal, nas suas costas e virados para cidade.
Foi contundente nas suas críticas ao PS e nas responsabilidades que terá se o PDM não for aprovado.
“É uma vergonha”, criticou de forma veemente, ampliando a sua crítica aos que “foram incapazes de não fazerem a revisão como se exigia. Tiveram cinco anos e ainda continua atrasado”.
Para além dos atrasos, Ricardo Araújo criticou a substância do Plano Director Municipal. “Esta revisão – prosseguiu – não responde da forma como entendemos ao que era necessário para termos mais habitação, resolver o problema das acessibilidades e aumentar as áreas empresariais”. Uma novidade porque é a primeira posição pública sobre um documento estratégico no desenvolvimento de Guimarães.
Lembrou que o PS (e não fez distinções entre PS Câmara e PS Toural) “foi responsável pelas políticas de ordenamento do território”; foi quem “reduziu em 20% os terrenos para construção, na revisão anterior”; esclarecendo que “ter mais áreas de habitação não significa desrespeito pelo ambiente”.
O candidato da coligação ‘Juntos por Guimarães’ ao órgão de governo do Município, afirmou ter soluções para conciliar um território “com espaços verdes, sustentável que reforce a qualidade de vida dos cidadãos” – citando um estudo apresentado esta semana pelo Laboratório da Paisagem – mas com “ordenamento e planeamento”.
“Queremos um concelho organizado, de Ronfe a Castelões, de Longos a Moreira de Cónegos.”
Peremptório, disse que “queremos um concelho – e não apenas uma cidade – organizado, de Ronfe a Castelões, de Longos a Moreira de Cónegos”. E recuou aos anos 70/80, para recordar o Plano Geral de Urbanização, de Fernando Távora, porque “temos a obrigação de abrir o território aos vimaranenses”.
Nesta linha, considerou “um descaramento”, a promessa do seu rival político – na corrida autárquica – “de dizer que vai fazer 1000 casas quando nem uma fizeram em quatro anos”.
Na habitação, Ricardo Araújo, abriu outra página do seu programa eleitoral, assumindo, sem rebuço, “copiar bons exemplos no país, fazer parcerias com privados”, para aumentar o parque habitacional, ao mesmo tempo que promete e deseja “um Município com uma política pró-activa na habitação”.
“A habitação, também, é um factor essencial na qualidade de vida” – acentuou. Por isso, sentiu-se “inspirado, desde a Penha para este concelho de futuro, para o qual queremos contribuir”.
Embora já tenha sido um mote da acção na Câmara Municipal, ao longo do mandato, o candidato da coligação ‘Juntos por Guimarães’, insistiu em querer “um concelho que tenha políticas fiscais amigas das pessoas e das empresas, com redução de impostos”.
Servindo-se dos números dos orçamentos municipais, cuja receita passou de 107 para 220 milhões em 2025, quase duplicando em quatro anos, Ricardo Araújo, questionou: “Onde é que os vimaranenses sentiram isso, no seu dia-a-dia?”.
“Sem fazer nada a Câmara recebeu mais 10 milhões de euros.”
Sobre os impostos arrecadados pelo Município, nos quatro anos deste mandato, Ricardo Araújo disse que “aumentaram 25%, passaram de 40 milhões (em 2022) para 50 milhões (em 2025). Sem fazer nada a Câmara recebeu mais 10 milhões de euros”.
Defendeu, pois, que faz sentido que o Município devolva uma parte desses impostos aos vimaranenses. E garante que baixará a taxa de IRS para 5% para 4%, a taxa do IMI para o mínimo legal de 0,3% e a derrama para 1%.
“Uma redução que faz sentido fazer-se em benefício das pessoas e das empresas” – defendeu como a maior reforma dos impostos municipais.
Outras páginas das suas propostas eleitorais, foram abertas. Citando números, do consumo do álcool e do tabaco em Portugal, o candidato dos partidos PSD e CDS-PP, em Guimarães, anunciou uma nova medida para fomentar a prática do desporto informal, em colaboração com as Juntas de Freguesia.
“Vamos fazer esta campanha com alegria, com música, casa a casa, em espaços ao ar livre e não em espaços fechados”. E num remoque directo ao seu rival, do PS, ripostou: “A nossa comissão de honra são as pessoas, são o povo e não as elites de Guimarães” – concluiu.
Candidatos à Câmara Municipal:
- Ricardo Araújo, Eduardo Leite, Vânia Dias da Silva, Constantino Veiga, Alberto Martins, Isabel Ferreira, Júnio Castro, Jorge Silva, Isabel Sousa, Jorge Sampaio, Nuno Vieira e Brito, Sofia Teixeira, Paulo Peixoto, Rui Coelho Lima e Conceição Marques.
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