Ao longo dos anos a palavra evolução têm sido uma presença constante nas nossas vidas, fazendo-se sentir em praticamente tudo o que conhecemos.
No mundo da Medicina o mesmo sucede, em que as atualizações são praticamente diárias, e onde muitas vezes o surgimento de novas “mutações patológicas” dificultam a intervenção dos profissionais de saúde em dar resposta concreta a uma determinada doença, e com isso tratar com a eficácia desejada os seus doentes.
E que ferramentas então existem para que seja viável enfrentar as dificuldades correntes, no sentido de direcionar uma intervenção o mais capaz possível para sermos bem-sucedidos num espaço de tempo reduzido? Atualmente, desde exames de imagiologia, exame clínico, análises biológicas/químicas, estudos do campo genético entre outros.
Mais concretamente na Fisioterapia, alguns colegas têm vindo a usar uma ferramenta muito útil e que se têm demonstrado uma mais valia que é a utilização de um ecógrafo para guiar de uma forma mais objetiva e direcionada a sua posterior intervenção no contexto da prevenção e da reabilitação.
A intervenção inicial passa sempre por uma avaliação de um determinado indivíduo que quase sempre recorre ao profissional de saúde mencionando um quadro álgico, que pode eventualmente conduzir a um determinado quadro clínico.
Sabemos de antemão que a Fisioterapia utiliza patamares de avaliação estruturados, desde a história clínica do paciente até à realização determinados testes específicos que podem determinar qual a possível estrutura ou sistema atingida (o).
Porém, algumas vezes existe uma limitação inerente ao nosso campo de visão que não nos permite ver para além da pele, ainda que as nossas mãos sejam uma ferramenta fundamental aliada ao conhecimento científico de anos de estudo. Aí surge a ecografia! Esta pode ser útil no diagnóstico e/ou tratamento (como guia) de determinada patologia.
Surge então uma janela de oportunidade que pode potenciar a intervenção do fisioterapeuta, no sentido de ser efetivo na sua “jornada” e objetivar ainda mais aquilo que seria o seu procedimento inicial. No contexto do Fisioterapeuta quero referir-me essencialmente à “ecografia músculo-esquelética” ou partes moles, pois existem vários tipos de ecografia (renal, abdominal, cardíaca, mamária, entre outras).
Ressalvo, no entanto, que a utilização do ecógrafo implica muitas horas formativas e que o diagnóstico é realizado sempre (ou deveria ser) por um médico especialista na área.
Importante salvaguardar que a ecografia ou ultrassonografia (pois utiliza ultrassons para avaliar as estruturas anatómicas do nosso organismo), é um exame dinâmico o que implica existir uma dependência do seu utilizador e da forma com que o mesmo utiliza esta ferramenta deveras útil e importante.
Podemos também ter que recorrer a outros exames ainda mais específicos (ressonância magnética ou tomografia computorizada), para avaliar estruturas mais profundas e que necessitam de uma observação mais pormenorizada e diferenciada, e que a ecografia não se apresentada habilitada a esse papel.
Constatamos então, que a ecografia aliada a uma prática clínica concreta, direcionada e hierarquizada, pode ser um elemento fundamental no desfecho de um determinado quadro clínico inicial e em que o Fisioterapeuta pode ter um papel importante na sua evolução, nunca excluindo e enaltecendo o trabalho sempre elementar e fundamental do que é uma equipa multidisciplinar.
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