A pandemia por covid-19 está a provocar, para além de uma crise de saúde pública, um enorme flagelo social.
O aumento exponencial de novos desempregados, a perda substancial de rendimento de muitas famílias e o encerramento de setores de atividade, estão a resultar num verdadeiro terramoto social de proporções ainda incertas. Assistimos a um desmoronar das tipificadas classes sociais, atingindo fortemente e sobretudo a classe média.
A chamada classe média, incorpora muitos precários, recibos verdes, contratados a prazo e pequenos empresários em nome individual. São estes que mais fortemente tem sentido a crise que nos assola, com especial enfoque para quem esteve ou está em lay-off, para quem viu o seu contrato de trabalho não ser renovado ou o seu estabelecimento ser obrigado a encerrar.
Estes agregados familiares, no geral viviam com um rendimento médio, que lhes permitia cobrir os custos com habitação, alimentação e os estudos dos seus filhos.
Agora deparam-se com a necessidade de efetuar escolhas, isto é, se pagam a renda, a internet (tão necessária nestes períodos de teletrabalho e de ensino à distância) ou se cortam na alimentação. Esta crise é transversal a toda a sociedade, derrubando classes e está a colocar pessoas e famílias em situação tão complicada, que obrigatoriamente passaram a depender de apoios, muitas vezes da sociedade civil.
Aqui destaco efetivamente a necessidade de ajuda, em bens alimentares, uma vez que grande parte destes agregados, não está abrangida pelos apoios existentes, pois a declaração de rendimentos de 2020 (a vigente) não demonstra ainda, a situação de dificuldade atual que vivem.
Esses “marginais” ao sistema são neste momento os novos pobres de Portugal, com muita dificuldade em pedir auxílio e que urge colocar como prioritários neste tipo de apoio de emergência.
É portante fundamental, estarmos atentos a estas pessoas e famílias, aos seus problemas e em conjunto encontrar as melhores soluções que mitiguem o impacto brutal desta crise que vivemos, estado, instituições de solidariedade e sociedade civil. Esta crise deverá ainda, nos impelir a refletir sobre as relações de trabalho existentes em Portugal, como a precariedade laboral.
Deveremos ainda repensar seriamente, no exíguo, tardio e burocrático apoio destinado aos pequenos negócios e empresários em nome individual, que vivem o verdadeiro drama das suas vidas.
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