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Guimarães
Sábado, Outubro 12, 2024
Miguel Leite
Miguel Leite
Natural de Guimarães, fisioterapeuta licenciado, com mais de 10 anos de experiência profissional, tendo já tido várias experiências profissionais (meio hospitalar, clínica, ensino especial em escolas e meio desportivo/desporto de alta competição). É também pós graduado em fisiologia do exercício e fisioterapia cardiorrespiratória. Têm outras formações complementares relacionadas com a sua profissão. Faz parte dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, pertencendo desta forma ao atual corpo ativo da corporação vimaranense.

Tic Tac

Vivemos em tempos em que a espera é considerada uma inimiga do ser humano, isto porque, o ritmo alucinante com que levamos o nosso dia a dia não nos permite sequer valorizar o ar que respirarmos. Quem já não desesperou numa fila de trânsito, na segurança social, numa consulta médica ou até mesmo à espera de uma carta dos CTT. A “pressão de ter que viver rápido” que nos é induzida pelo ambiente social em nosso redor, é de tal maneira gigantesca que o saber esperar é realmente um dom. No enquadramento da Fisioterapia a espera também existe, e que importante é saber lidar com a mesma. Se direcionarmos este facto para a realidade da existência de uma determinada patologia, verificamos que vive por de trás da mesma um processo fisiológico com uma evolução cronológica que necessita de ser respeitada para que no final exista sucesso. Existe uma infinidade de alterações patológicas que podem surgir a qualquer momento, e no seu processo de recuperação, observamos um conjunto de etapas que têm de ser criteriosamente “protegidas”. Todas as estruturas anatómicas (músculos, tendões, ossos, ligamentos, entre outros) apresentam diferentes timings de recuperação (devido às suas características individuais), e muitas vezes a utilização de protocolos acelerados e desapropriados podem provocar danos irreversíveis no indivíduo. A importância prévia da explicação do (a) processo/técnica que vai ser aplicado ao paciente durante a jornada de reabilitação, bem como, dos seus mecanismos de ação fisiológicos, são fundamentais para que este entenda o porquê da utilização das mesmas e do tempo que vai ser necessário para que haja eficácia na sua recuperação. O tempo neste caso é sinónimo de qualidade! O nosso corpo é seletivo na receção de determinados estímulos, sendo que, e apesar da evolução tecnológica atual, continua a haver transformações internas que necessitam do seu tempo para se modificarem, e a aplicação do tratamento deve respeitar isso, mesmo que exista “pressa” por parte do paciente e demais entidades na recuperação rápida do indivíduo. Muitas vezes somos questionados sobre a duração de um determinado tratamento para uma qualquer patologia, ora, a resposta deve ter um cenário temporal aproximado, pois os intervalos de tempo existem para isso mesmo, independentemente da “pressão” que nos é colocada. Enquadrar a resposta fisiológica de um indivíduo para uma determinada patologia; as características da patologia; a seleção da técnica, a frequência do tratamento; o profissional de saúde que a executa; as condições do espaço físico onde é desempenhada a tarefa, são algumas das condicionantes que devemos ter em conta. O tempo não pode ser visto como nosso carrasco, mas sim como um indicador fundamental e um guia primordial em todo e qualquer caminho que vise uma reabilitação segura e eficaz para o paciente.

© 2019 Guimarães, agora!

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