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Sábado, Abril 20, 2024

Rankings a “metro”

Todos nós temos que encontrar um sistema de medida que nos oriente e guie no percurso. São aliás, várias unidades métricas que pautam o planeamento estratégico seja de que obra for, mais material ou imaterial, ao longo dos séculos, ao longo da história, evoluindo de acordo com os tempos, mas na sustentação de saber construído.

O sistema educativo português tem sido um dos sistemas mais volúveis a esta evolução, sendo que a cada ciclo de políticas educativas, as escolas se readaptam e reajustam às novas metodologias de avaliação. Concorde-se ou não com o sistema, fazer parte de uma comunidade alargada, requer a implementação de modelos de avaliação de escola que possam transpor para a sociedade um retrato de aprendizagem local e nacional.

Vamos então falar de rankings das escolas. Os rankings, que tanta preponderância assumem para o marketing escolar e para a classificação de resultados obtidos na chamada produção de resultados, têm que ser vistos apenas e somente na dimensão específica do que pretendem avaliar e não na globalidade daquilo que uma escola é, pode ser, ou do seu potencial de diferenciação na aprendizagem e percurso de vida académica e de desenvolvimento global dos alunos. Há muito mais para além dos resultados de exames.

Fica provado por estes rankings que efetivamente não houve significativo compromisso ao processo de aquisição de conhecimentos por parte dos alunos…

Num ano que se pautou por circunstâncias extraordinárias, fica provado por estes rankings que efetivamente não houve significativo compromisso ao processo de aquisição de conhecimentos por parte dos alunos. Mas estes dados mostram mais sobre a reprodução de conhecimento e a capacidade e motivação do aluno para os mesmos, do que dos fatores que para tal contribuem na generalidade.

Porque aprender não é somente ter a capacidade de reproduzir conhecimentos aprendidos, mas muito mais a habilidade de os conectar, refletir criticamente sobre os mesmos e colocá-los ao serviço da realidade. Fazer as ligações devidas ao quotidiano pessoal, social, académico e de empregabilidade.

Nesta visão mais sistémica, têm vindo a ser produzidos indicadores mais alargados, que permitem a avaliação das escolas numa dimensão mais abrangente e que, nos dizem de forma muito mais fiável da sua capacidade de combater as desigualdades, potenciando no seu contexto, pelos planos educativos, pelos projetos em implementação, as condições básicas e essenciais para que a aprendizagem não se reduza à dimensão avaliativa dos resultados académicos dos alunos, mas que alcance todo o seu potencial de desenvolvimento.

No novo portal infoescolas, podemos efetuar essa análise detalhada por valores de comparação nacionais, locais, por agrupamento e até por estabelecimentos de ensino, equacionando nos resultados que cada escola obtém, um conjunto de marcadores que nos demonstram a efetividade do trabalho produzido para a globalidade dos alunos, denotando deste modo, a riqueza do trabalho feito.

Porque uma escola não se pode medir apenas pela sua posição na escala, ainda mais quando a escala de medida é demasiado estreita ou específica para avaliar um todo. Neste ecossistema confluem recursos e pessoas que não se podem substituir na engrenagem. Coexistem vontades, empenho, dedicação e sentido de missão que não se podem traduzir em “metros” mas sim em metas educativas. Onde cada um encontra a reclama o seu lugar próprio e engloba o lugar de todos. Não apenas para ter alunos de excelência, mas acima de tudo para assumir a excelência de ter alunos excelentes. Que em cada sistema métrico que aplicamos para sobre as escolas olhar, percebamos que existe efetivamente todo um mundo de “centímetros” dos quais se constrói o caminho para não assinalar mais desigualdades.

Os rankings valem apenas para o que valem!

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