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Guimarães
Quinta-feira, Julho 4, 2024
Rui Almeida
Rui Almeida
Vice-presidente da Juventude Socialista. Empresário na área do Salvamento Aquático e Formação Certificada.

Qual o caminho que queremos seguir?

Por estes dias muito ouvimos falar da vida interna dos partidos políticos, a diferença entre unidade e unitarismo, o que é ou não mais ao menos democrático. O que afasta ou aproxima o militante e até o cidadão comum, deste ou aquele projeto. Estas diferenças entre as formas de funcionamento e dinâmicas dos partidos são por isso cruciais para a sua dinâmica, eficiência e coesão a longo prazo.

A Unidade, refere-se a um modo de funcionamento em que todos os membros, apesar de possíveis divergências de opinião, trabalham juntos em direção a um objetivo comum. Este processo envolve debates abertos, discussão de ideias e um ambiente onde as diferenças são respeitadas e valorizadas. Após essas discussões, é encontrado um projeto comum que reflete um consenso ou compromisso entre as várias sensibilidades.

O Unitarismo, por outro lado, implica uma centralização do poder e da tomada de decisões, onde as ideias e direções são impostas por uma liderança central, com pouca ou nenhuma abertura para debate ou diversidade de opinião. Este sistema pode marginalizar membros ou sensibilidades que não estejam totalmente alinhadas com a visão central, levando a uma conformidade forçada.

Partindo daqui, percebemos os benefícios da Unidade face ao Unitarismo dentro de um grupo político, que incluem:

A participação, uma vez que a Unidade promove um ambiente onde todos os membros se sentem valorizados e ouvidos. O debate e a discussão de ideias encorajam a participação ativa, o que resulta numa maior participação e comprometimento com o projeto no seu todo.

Através do debate e da discussão, um partido que valoriza a Unidade beneficia-se da diversidade de ideias e perspectivas. Isto leva a soluções mais criativas e eficazes, que são o resultado de considerar múltiplas visões e abordagens.

Uma maior Coesão e Compromisso, uma vez que quando um projeto comum é alcançado através do consenso, os membros do partido estão mais propensos a sentir-se comprometidos e a apoiar as decisões tomadas, pois sentem que tiveram um papel ativo na formação do projeto no todo. Isto fortalece a coesão interna e a Solidariedade.

Onde existe Unidade existe também uma maior resiliência a crises internas.

Não menos importante, onde existe Unidade existe também uma maior resiliência a crises internas, pois os membros estão acostumados a resolver conflitos através do diálogo e do Compromisso. Isto torna o partido mais adaptável a mudanças e desafios.

A legitimidade e a Democracia Interna, a unidade baseada na discussão e debate refletem um processo interno, a liberdade de opinião, o que aumenta a legitimidade das decisões e da liderança. Os membros sentem que a liderança é representativa e justa, o que aumenta a confiança e a lealdade, não cega mas assente no decidido em maioria.

Em contraste, as consequências do Unitarismo podem ser negativas:

A centralização do poder e a falta de espaço para debate levam ao descontentamento e desmotivação dos membros, que sentem que as suas opiniões não são valorizadas pois uma cultura de conformidade forçada, onde se sente uma certa pressão para alinhamento com a liderança central, mesmo que discordem. Isto resulta em resistência passiva ou ativa, e até na saída de membros descontentes.

Os resultados não são por isso bons, pois ao não valorizar a diversidade de ideias, um partido com um ideal unitário pode perder talentos e inovações que surgiriam num ambiente mais aberto levando a que a aparente eficiência pode na verdade esconder uma fragilidade interna, onde a falta de debate e consenso torna o partido vulnerável a rupturas e divisões quando surgem conflitos significativos.

Concluímos assim que a Unidade, com seu foco no debate e na colaboração, tende a fortalecer um partido político, criando um ambiente de inclusão e comprometimento, enquanto o Unitarismo leva à alienação, resistência e fragilidade interna.

Resta saber qual o caminho que defendemos, em nome da Democracia, aproximando militantes e num espectro mais amplo o próprio cidadão comum, nunca esquecendo que a opção pelo caminho errado pode ter consequências a médio e longo prazo nos objetivos a que o partido possa almejar.

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