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Sexta-feira, Dezembro 6, 2024
Miguel Leite
Miguel Leite
Natural de Guimarães, fisioterapeuta licenciado, com mais de 10 anos de experiência profissional, tendo já tido várias experiências profissionais (meio hospitalar, clínica, ensino especial em escolas e meio desportivo/desporto de alta competição). É também pós graduado em fisiologia do exercício e fisioterapia cardiorrespiratória. Têm outras formações complementares relacionadas com a sua profissão. Faz parte dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, pertencendo desta forma ao atual corpo ativo da corporação vimaranense.

“Nem sempre, nem nunca”

As modificações indiscutíveis no mundo da saúde nos últimos meses potenciaram um conceito já existente que é conhecido por Telemedicina. Com a implementação do estado de emergência o acompanhamento de milhares de cidadãos foi direcionado ainda mais, para meios de tecnologia da informação e telecomunicações que permitem que o contacto entre o profissional de saúde e o utente os aproximasse de forma a controlar “estados de doença”.

“A tendência deste procedimento vir a crescer com o desenvolvimento das novas tecnologias é uma realidade cada vez mais certa…”

É claramente discutível se a eficácia destes meios foi suficiente para suprimir as necessidades dos demais. A tendência deste procedimento vir a crescer com o desenvolvimento das novas tecnologias é uma realidade cada vez mais certa nos próximos anos. Se observarmos as bases da Telemedicina, as suas fundamentações são extremamente válidas, quando se consideram os elementos chave do acompanhamento do utente pelo profissional de saúde à distância.

A sua utilização na informação de resultados laboratoriais; a assistência a pacientes crónicos, idosos e grávidas; o cultivo em programas de prevenção e na aplicação de planos educacionais; o ajuste de planos de tratamento são algumas das aplicabilidades deste processo. A formação continua de profissionais de saúde; a discussão de casos clínicos entre os especialistas e a realização de intervenções com “artefactos robóticos” através de controlo à distância são também itens fundamentais.

Ao considerarmos a globalidade do trabalho a ser desempenhado através da Telemedicina constatamos inúmeras vantagens, desde a redução do tempo e custos no transporte dos utentes; eficácia numa melhor triagem no acesso prévio aos serviços de emergência; diminuições de viagens não urgentes a meios hospitalares e consequente risco de infeções; uso eficiente dos recursos disponíveis de forma a permitir uma assistência mais direcionada e especializada aos pacientes; manutenção do doente no seu habitat familiar; permitir maior cooperação entre profissionais de saúde (mesmo que de áreas geográficas diferentes), com o objetivo de direcionar as suas intervenções; aproximar as pessoas mais isoladas e não facilitar no acompanhamento da saúde dos mesmos combatendo desta forma a centralização de inúmeros recursos.

Um dos principais focos da Telemedicina deve ser fazer sentir-se presente junto das comunidades dispersas, para que as mesmas se sintam acompanhadas e protegidas em todos os momentos da sua saúde. Porém, e apesar de tudo o que mencionei anteriormente ser inquestionável quanto à sua relevância em todo o nosso sistema de saúde atual e futuro, dificilmente o contato direto com o utente poderá ser substituído.

O ser humano tem uma necessidade intrínseca de comunicar, em que o contacto e o frente a frente é uma definição no ADN da nossa existência como espécie, no entanto, e ainda mais potenciado pela realidade mundial da pandemia a Telemedicina surge com uma maior importância para que a saúde de toda a população não seja negligenciada.

© 2020 Guimarães, agora!

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