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Guimarães
Sábado, Junho 7, 2025

Na linha vermelha

Economia

Desde a decisão inicial sobre a escolha do campeonato do mundo de futebol no Catar, que muitas vozes se levantaram contra, desde logo sobre a violação dos direitos humanos na construção dos estádios e todos os supostos interesses de circuitos económicos de grandes empresas em torno do evento nesta localização.

Um dos fatores que foi colocado várias vezes em cima da mesa foi o clima, principalmente pelas suas características quentes e áridas e as consequências que poderiam advir para a performance desportiva de todos os atletas envolvidos.

Verificamos que houve um cuidado na escolha dos meses de realização do torneio, dos horários dos jogos e na criação de infraestruturas capazes de proporcionar um clima mais adequado para a prática desportiva.

Em termos fisiológicos, o aumento de temperatura corporal ocasionado por um tempo quente, leva a uma necessária transpiração que é uma resposta natural do corpo para que exista uma termorregulação e consequente homeostasia.

Muitas vezes a existência de ambientes extremos, neste caso, com temperaturas elevadíssimas leva a uma hipertermia do atleta, o que pode promover um quadro de desidratação complexo condicionando a possível falência orgânica de vários sistemas, órgãos e tecidos podendo envolver o cérebro, o coração e diversas estruturas musculares.

As particularidades de cada indivíduo devem ser sempre avaliadas previamente, em contextos de avaliações periódicas, junto de equipas multidisciplinares diferenciadas, integrando sempre o indivíduo em contextos de treino de forma a preparar o mesmo para diferentes cenários, principalmente em ambientes hostis.

A ingestão continua de líquidos (água, eletrólitos e isotónicos) durante o exercício prolongado em ambientes quentes e secos atenua e previne estados sérios de deterioração dos sistemas corporais e diminui as consequências para a performance do atleta.

Sujeitar o nosso corpo a um stress fisiológico mantido no tempo, poderá fazer disparar os nossos “sistemas de segurança”.

É fundamental ter a consciência que sujeitar o nosso corpo a um stress fisiológico mantido no tempo (exercícios sub-máximos e máximos), poderá fazer disparar os nossos “sistemas de segurança” de forma a poder responder com eficácia a agentes agressores externos, sendo que, a nossa bomba cardíaca e o nosso cérebro terão respostas metabólicas próprias mas apenas durante um tempo limitado.

Não esquecer que existem fatores periféricos também importantes (estruturas nervosas, vasculares e musculares) na resposta a um momento de exaustão que poderá surgir se a exposição a momentos longos de endurance persistir.

O aparecimento de um estado de fadiga é um fenómeno complexo, pela quantidade de processos fisiológicos que o mesmo envolve até chegar à instalação da mesma. Todo o esquema neuronal que controla todas as diferentes respostas metabólicas do nosso corpo vai ter sempre diferentes implicações, sabendo que a preparação de cada indivíduo e as suas características individuais mesmo que expostos ao mesmo nível de stress ambiental terá diferentes consequências.

Quando a intensidade e duração do exercício vão aumentando, o cérebro, as estruturas musculares e o fluxo sanguíneo são gradualmente comprometidos, mecanicamente associado com um aumento da atividade vasoconstritora periférica, retorno venoso suprimido e enchimento cardíaco que, em última análise, prejudicam o débito cardíaco (trabalho cardíaco).

Importante não esquecer que o défice de oxigenação a nível cerebral pode ocorrer também na exposição a ambientes quentes durante a realização de exercícios de alta intensidade.

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