Em ano de eleições autárquicas, uma nota sobre a importância das eleições locais, tantas vezes menorizadas, e as funções importantes que, segundo a minha opinião, deve ter o presidente de um executivo local.
Estas autárquicas serão, inevitavelmente, diferentes das campanhas de outrora. Não terão a beleza de uma verdadeira campanha autárquica: a agitação nas ruas, a opinião do vizinho, do amigo, do senhor do café sobre as obras que ficaram por cumprir, o aplaudir das promessas realizadas e a esperança de um futuro melhor para a “nossa terra”. O contexto de pandemia obrigou os candidatos a reinventar o seu método de campanha, concebendo ainda maior ênfase às redes sociais, meio de comunicação primordial para transmissão das suas ideias e divulgação do programa eleitoral.
Ora, as eleições autárquicas são de extrema importância, não estivéssemos nós a votar para eleger quem nos vai governar localmente, na freguesia onde vivemos e que tanto nos dignifica. É por isso necessário, atentarmos ao perfil de candidato que pretendemos ver liderar a freguesia, refletirmos sobre o programa apresentado, a sua viabilidade e capacidade de execução e, sobretudo, o que ambicionamos para a nossa freguesia e como se ajusta aos programas propostos.
Se existe quem, incompreensivelmente do meu ponto de vista, desvalorize a importância e a exigência inerente ao cargo de presidente de junta de freguesia, muitos, hoje, já lhe atribuem o devido valor. Na minha opinião, ser presidente de junta é, de forma inequívoca, o cargo mais nobre de todo o espectro político, tendo como alicerce uma prática com o devido sentido de responsabilidade, e sempre com os mais puros objetivos. Não se registando um trabalho sólido a nível local, de proximidade e com trabalho feito, com verdadeiras e aceitáveis ambições, transparência e verticalidade, como pode um político pretender servir Portugal e os portugueses, noutras funções de responsabilidade?
Uma pessoa deve candidatar-se, principalmente, pelo amor pela sua freguesia e respeito pelos seus conterrâneos. Deve pautar-se por valores como: entrega, credibilidade, desprendimento e transparência. Das relações interpessoais do candidato, espera-se: proximidade, competência, abertura para a discussão das políticas locais e atenção às necessidades da população que coordena.
Porém, para além de um presidente de junta dever apresentar todas as caraterísticas mencionadas, há algo que jamais deverá acontecer. Nunca poderá colocar os seus interesses pessoais ou profissionais à frente dos da freguesia que representa, nem é admissível que o mesmo mude de partido para satisfazer os seus interesses. Caso isso aconteça, apenas iria revelar o caráter (ou falta dele) do candidato.
Assim, é importante salientar que os presidentes de junta de freguesia, mesmo tendo acesso a meios menores, ambicionam um pouco mais do que a coleção de políticos a quem vemos ser atribuídos cargos de elevada importância, levando ao seu crescimento pessoal e também da autarquia.
Portanto, incentivo a todos os possíveis candidatos que reflitam sobre o mote da sua candidatura e apelo a todos os eleitores que exerçam, com consciência, o seu direito de voto! Nós acreditamos numa democracia que valorize os cidadãos.
© 2021 Guimarães, agora!
Partilhe a sua opinião nos comentários em baixo!
Siga-nos no Facebook, Twitter e Instagram!
Quer falar connosco? Envie um email para geral@guimaraesagora.pt.