Para os que não sabem hoje, dia 26 de Setembro, celebra-se o dia mundial da contraceção. Apesar de poder ser confundida com uma data pouco relevante, este é sem dúvida um dia de celebração do direito aos nossos corpos, do direito à informação e da emancipação.
Nas últimas décadas temos vindo a assistir a um crescimento do uso de métodos contraceptivos por parte da população portuguesa, o que tem resultado numa consequente redução do número de gravidezes indesejadas, diminuição, por sua vez, do recurso ao aborto, mas também uma redução bastante significativa do número de gravidezes em adolescentes.
A promoção das aulas de educação sexual e a introdução do planeamente familiar também têm contribuído significativamente para estes valores. Porquê? Porque ao contrário do que muitos ditos conservadores apregoam, a informação não nos transforma em ninfomaníacos, mas sim em jovens e adultos mais conscientes e mais seguros.
O crescimento da utilização de métodos contraceptivos não beneficia apenas a redução das gravidezes indesejadas, mas permite ainda, diminuir a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis. Mais uma vez se destaca o fator importante que a educação sexual tem no que às doenças sexuais diz respeito, pois estamos a dar ferramentas às pessoas que lhes permitam ter comportamentos mais seguros diminuindo a probabilidade de serem infectadas.
No início deste artigo afirmei que neste dia celebra-se uma conquista no que ao direito sobre os nossos corpos e à emancipação diz direito. Devem estar a questionar-se porquê, mas a explicação é bastante simples. Antes do 25 de Abril, havia uma certa aversão à utilização de métodos contraceptivos.
Aversão essa promovida em especial pela igreja católica sobre a desculpa de que o coito é um ato exclusivo da procriação e, como tal, não deve ser utilizado como forma única de prazer (não estando implícito, mas não sendo novidade que a proibição deste prazer refere-se ao género feminino). No entanto, e uma vez que os padres não estão autorizados à prática do mesmo, a sua opinião sobre a matéria é, no mínimo, pouco relevante.
A não utilização de métodos contraceptivos levava a que as famílias, principalmente as mais pobres (com menos informação e estudos) tivessem mais filhos que, devido à sua frágil condição financeira os iria impedir de estudar e terem uma vida melhor que a dos seus pais. As mulheres, ou dizendo melhor as meninas, eram mães muito cedo o que as impedia de terem uma carreira condenando-as a uma vida de donas de casa cuidadoras do lar, do marido e dos filhos.
Com a progressiva inserção de métodos contraceptivos variados, as mulheres passaram a ter menos filhos conseguindo dessa forma, não só dar melhores condições de vida aos mesmos, como emanciparem-se. Saírem de casa para estudar, trabalhar e, basicamente, terem uma vida.
Poderá parecer uma pequena conquista, mas a utilização de métodos contraceptivos teve um grande impacto na vida de todos nós. Hoje em dia existem variados métodos de contraceção com diferentes funcionalidades e aplicações.
Recomendo-te que faças um pouco de pesquisa sobre os mesmo de forma a ficares a conhecer métodos que poderão ser-te ainda desconhecidos, mas também para perceberes se o que estás a utilizar é o mais adequado ao que pretendes. Poderás ainda e, certamente será uma decisão bastante consciente, procurar um médico que te esclareça todas as tuas dúvidas e te ajude a sentires prazer de forma segura.
Feliz dia mundial da contraceção!
© 2022 Guimarães, agora!
Partilhe a sua opinião nos comentários em baixo!
Siga-nos no Facebook, Twitter e Instagram!
Quer falar connosco? Envie um email para geral@guimaraesagora.pt.