Desde que comecei a debruçar-me abertamente sobre o meu problema que melhorei muito (n)a comunicação e até (n)a forma como fui capaz de lhe retirar peso.
Ainda assim, é, para mim, muito mais simples escrever, porque é algo quase orgânico, do que falar. Falar não é uma das minhas actividades favoritas.
No entanto, a ajuda psicológica/psiquiátrica é importantíssima, alguém que escute e que possa, mediante o que lhe é narrado, aconselhar e trocar ideias com a pessoa que padece da doença.
É importante ser construtivo e, ao mesmo tempo, ter consciência de que está em nós, e não no exterior. Embora seja a circunstância envolvente que, aparentemente, nos oprime, somos nós que ficamos ou partimos. Reclamar parece uma solução lógica.
Quando algo não corre como achamos que poderia correr, tendemos a escarnecer da sorte. É preciso perceber qual a nossa quota de responsabilidade. Melhorei muito com essa forma de consciência.
Há falhas que subsistem: o sono não é regular, tenho tendência a perder-me em pensamentos pouco proveitosos e a minha vontade de sair de casa é parca. Faço um esforço enorme para cumprir com algumas tarefas corriqueiras, mas, por outro lado, mantenho intacto o meu sentido de humor (mesmo sem grande disposição, por vezes).
Obrigo-me ao exercício físico, convenço-me de que o futuro será radioso (sou optimista, apesar de tudo) e tenho metas bem ambiciosas.
Estou sempre cheio de ideias, embora me falte, amiúde, a energia para concretizá-las.
Viver com depressão não tem de ser um estigma, nem um atestado de incapacidade. Mas pode, e é preciso respeitar o processo de cada um.
Um dia de cada vez. Uma vitória, devagar.
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