Portugal, tal como os restantes países da Europa, atravessa um período financeiramente difícil.
Numa altura em que as famílias sentem bastante o peso das suas despesas no supermercado na carteira, assim como nos encargos da habitação e outras despesas que constantemente vão aumentando e deixando os nossos cidadãos com cada vez menos dinheiro ao fim do mês.
Os nossos jovens carregam uma dívida superior a 60 milhões de euros ao Ensino Superior devido aos elevado custo dos alojamentos, que sobrecarrega o orçamento mensal desta faixa etária e não deixa espaço para as suas despesas na educação.
Acoplado a estas despesas, temos a inflação que nos vai arrastando num período difícil e de contenção para futuros custos possíveis.
Poderíamos abordar a questão da inflação mais a fundo, mas é preferível levantar uma questão que nos preocupa ainda sobre este mesmo tema.
Portugal é o país da União Europeia que menos entende como funciona a inflação.
Isto é preocupante para os nossos níveis de literacia financeira, que quando comparados com os restantes países da Europa nos rebaixam para o fundo de mais um “ranking” importante.
É importante que as pessoas percebam os números e os nossos jovens saiam das escolas preparados para as contas que vão enfrentar no dia a dia de quando tiverem as suas despesas (Segurança Social, IRS e etc.).
Esta mesma literacia não só é útil para o quotidiano, mas também nos dá outro espírito de análise às políticas implementadas pelo Governo e nos leva realmente a perceber o sentido de gestão para o qual nos leva o Partido Socialista, visto que a nossa economia está um castelo de cartas.
Vamos com factos.
Portugal é o país que mais depende de fundos comunitários da União Europeia, tendo o maior peso no investimento público (88%), o que certamente não é uma boa notícia e torna o nosso investimento público dependente de fundos europeus.
Somos também um país de dívidas, em que a dívida pública ultrapassa os 100% do PIB (situando-se nos 279 mil milhões de euros) e conseguindo este Governo valores recordes de endividamento público.
Nem tudo são más notícias, porque também somos um país de receitas. É verdade.
Conseguimos ter receitas a mais que as previstas e orçamentadas em impostos, mas a má notícia é que não conseguimos tirar partido dessas receitas para melhorar qualquer tipo de setor que neste momento se encontra em conjuntura deficitária (saúde, habitação, mobilidade, educação, emprego e outros).
Num país onde metade da população paga 70% dos impostos e onde se injeta dinheiro público numa companhia aérea praticamente falida (estima-se que um investimento perto de 800€ por pessoa), certamente que os portugueses mereciam um sinal muito melhor.
A realidade é que chegamos ao fim do mês, vemos uma boa percentagem do nosso salário a engordar o Estado e não temos qualquer sinal positivo de volta.
Conseguimos ver percepções erradas dos portugueses quando pensam também que agora com as novas tabelas de retenção vamos ser aumentados.
Ora, não vamos ser aumentados. O Estado apenas nos vai devolver aquilo que é nosso, sem nos tirar a mais e nos devolver no ano seguinte.
É com este tipo de questões que percebemos realmente o estado da literária financeira no geral.
Mas vemos pouco interesse em apostar neste conhecimento, que certamente seria importante para a nossa população.
Porque não incentivar mais a literacia financeira, na mesma medida que incentivamos à sustentabilidade e ecologia?
Os jovens tomam, cada vez mais cedo, decisões de natureza económica, no presente cenário de crescente digitalização e facilidade de acesso.
Creio que a prioridade não está certamente em incluir temas como o racismo e sexismo nos livros, mas claramente preparar os nossos jovens para o futuro e aumentar o conhecimento na questão financeira e do quotidiano.
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