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Sexta-feira, Junho 13, 2025

Candoso São Martinho: Cemitério requalificado entre o tradicional e o inovador

Economia

O mais antigo, em socalcos, com sinais de alargamentos sucessivos tem a arquitectura de um cemitério tradicional, com sepulturas de pedra e cimento acima do solo; o mais recente tem “um desenho novo e inovador”, implantado num patamar mais superior. 

Ali, sente-se a natureza, pode ouvir-se ou ler-se o silêncio dos que ali jazem. Coberto por sobreiros, o espaço mortuário novo divide-se por 10 conchas, construídas com peças de betão, de meia altura, com nove sepulturas cada uma, o que aumenta o número de campas rasas em mais 90.

Sendo o mesmo espaço de memória, da comunidade e da freguesia, e em ambos caber “o maior valor identitário” da comunidade e o “sentido de pertença” das suas gentes, que absorve camadas incessantes de “raíz geracional” das famílias de Candoso São Martinho, – como enfatizou o presidente da Câmara – no entanto, o novo cemitério, lá no alto da freguesia, tem uma visão panorâmica sobre a Penha (a Norte), a cidade comercial estendida a Silvares (em frente) e um olhar sobre a zona industrial de Pevidém (a Sul).

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Concebido pelos arquitectos João Abreu (por sinal com origens na freguesia) e Anabela, o cemitério é, também, um lugar de meditação, e de estar, onde se pode caminhar – reflectindo – com os olhos postos num horizonte largo, debaixo de sobreiros, sinal da defesa da paisagem. 

João Abreu evidenciou “a coragem de concretizar” num espaço de monte, um novo cemitério – distante da concepção tradicional, com um amontoado de sepulturas engalanadas a cimento ou mármore. Tem o “ar” dos tempos que passam, tal como a aragem que se sente, num dia soalheiro, por entre sobreiros, em camadas de brisas agradáveis.

“É assim que é uma mulher presidente da Junta e de garra.”

Valeu a pena a persistência da Junta de Freguesia e da sua presidente, Odete Lemos, que aguentou as agruras de “uma obra longa e prolongada” que passou da covid-19 até hoje. “É assim que é uma mulher presidente da Junta e de garra” – elogiou Bragança.

Os atrasos da empreitada fizeram com que o valor da requalificação chegasse aos mais de 423 mil euros. No final, a mulher, presidente da Junta, elogiou os arquitectos pela forma como “pensaram este espaço, com beleza”, um “alargamento físico que marca a forma como acolhe os seus vivos e honra os seus mortos”; elogiou “a gratidão” como marca do mandato de Domingos Bragança, e o “apoio firme e constante” da vereadora Sofia Ferreira, num lado das inaugurações marcado pelos afectos.

A obra, mais uma do alargamento do cemitério de Candoso São Martinho, levou o presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, a produzir sobre esta área de intervenção. E uma das mais solicitadas junto da administração do Município. 

E porquê? O presidente explica a importância do seu valor identitário, que marca o sentido de pertenças das pessoas às suas comunidades, e onde restam as memórias das gerações sucessivas que vivem no território.

E defende que o cemitério “é um lugar onde estão aqueles que conhecemos ao longo de uma vida ou de uma geração e os nossos entes queridos”. Por isso, é “um lugar com simbolismo, com dimensão religiosa, por vezes ultrapassada pela dimensão humana que tem, de respeito pela memória, da base da fundação das famílias”. E “onde estão os nossos heróis” – avós, pais, filhos e amigos que conhecemos e com quem privamos no dia-a-dia.

“Quem não sabe ler o significado e o valor do cemitério não sabe interpretar o sentir da comunidade” – acentuou. 

Por isso, reconhece ao cemitério, o valor de um espaço que “convida a revitalizar a memória” daqueles com “quem vivemos”; por vezes, é um lugar de “lamento”, onde em silêncio, “lamentamos os erros que cometemos em vida” e de “reflexão” que nos impelem a ser melhores cidadãos.

“A relação social e humana precisa das nossas memórias e da recordação daqueles com quem vivemos.”

“Porquê gastar tanto em cemitérios?” – interrogou Domingos Bragança, enquanto autarca. E responde: “quem o diz assim, ainda precisa de ser despertado para a dimensão da humanidade porque a relação social e humana precisa das nossas memórias e da recordação daqueles com quem vivemos, na nossa comunidade”.

A inauguração de um segundo cemitério, a par de outro, com raízes, mereceu uma cerimónia festiva simples, acompanhada pela Banda da Sociedade Musical de Pevidém, a par da cerimónia da benção pelo padre João Matos.

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