O Hospital Senhora da Oliveira encontrou uma solução para optimizar serviços e estruturas, em benefício dos doentes covid.
Recorrendo à capacidade instalada em ventilação não invasiva, aproveitando o conhecimento e a experiência de médicos de outras especialidades, o Hospital, conseguiu alocar doentes, em função da gravidade do seu estado, em dois níveis diferentes. Uma enfermaria avançada, com 14 camas, no interior do serviço de Medicina Interna recebe todos os pacientes que necessitam de quantidades elevadas de oxigénio ou que começam o tratamento com ventilação não invasiva (VNI), que assegura a estabilização dos níveis de oxigenação. Neste nível de enfermaria garante-se o tratamento médico, a oxigenação e a VNI e se o doente responde satisfatoriamente evita o recurso a abordagens médicas mais agressivas e monitorização mais apertada, noutra enfermaria, intermédia, o nível 2 de actuação.
Nesta unidade, situada no piso 2, entre o serviço de urgências e a Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), há oito camas disponíveis, com um funcionamento articulado com a enfermaria avançada, o primeiro nível de tratamento dos pacientes com covid-19, num espaço aberto, um balcão de monitorização central que permite a telemonitorização de todos os pacientes.
O Hospital reconhece que toda esta capacidade articulada e adstrita aos doentes covid-19 foi sujeita a enorme pressão nos meses de Novembro e Dezembro, um longo período, pois a sua utilização máxima foi atingida com 22 pacientes. Ao todo, foram 110 os doentes que passaram pela Unidade Intermédia de tratamento, sendo que 10% desses doentes faleceram, 17% tiveram necessidade de ser admitidos nos cuidados intensivos e mais de 70%, com manifestações de gravidade extrema, foram parar aos cuidados intensivos mas sem necessidade de ventilação mecânica.
A existência desta estrutura no Hospital Senhora da Oliveira Guimarães, com capacidade limitada de camas para ventilação mecânica e de profissionais de saúde que permitam alargar significativamente este tipo de camas (como aliás se passa em todo o país), ajudou a tratar melhor os pacientes, evitar a progressão para ventilação mecânica e, ao mesmo tempo, manter a disponibilidade de camas de cuidados intensivos para aqueles que de outra forma não sobreviveriam – evitando a lotação total dos cuidados intensivos e, consequentemente, a necessidade de decisões ética e emocionalmente penosas para os médicos e prejudiciais para os pacientes.
A ARS Norte já reconheceu a boa prática clínica do HSOG, em função deste modelo de tratamento do doente com a covid-19, uma estratégia clínica que reduz em 70% a necessidade destes doentes ocuparem as camas de cuidados intensivos.
A solução encontrada no Hospital, face ao progressivo esgotamento dos recursos, sobretudo em camas destinadas aos cuidados intensivos para pacientes com necessidade de ventilação mecânica, acaba por ser uma espécie de oásis num deserto uma vez que optimiza a utilização de espaços e equipamentos em benefício dos doentes. Os pacientes graves têm um tratamento mais eficiente em função desta diferenciação, numa estrutura que se mantém integrada, num sistema de vasos comunicantes, coordenada pelo serviço de Medicina Interna e com o apoio de três médicos de Pneumologia.
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