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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

A vulnerabilidade da sociedade moderna

Economia

O vírus Corona tornou-se o espelho onde podemos ver que, afinal, a sociedade moderna, desenvolvida, culta economicamente forte, está cheia de debilidades e de vulnerabilidades.

Texto de: José Eduardo Guimarães

Isola, confina, restringe, o nosso universo social, pessoal e colectivo. É esse o efeito do vírus Corona, na nossa sociedade, tão organizada, impregnada de aparente justiça social, impreparada que está para responder aos efeitos de um vírus letal quando propagado em massa.
O sistema de saúde dos Estados revela-se impotente apesar de omnipresente, mostra falhas – de ventiladores – para os casos mais graves; evidencia de forma clara como os sistemas do Estado – Saúde, Educação, Transportes e outros – não estão preparados para respostas imediatas, perante uma crise. Pior, ainda, o ataque do vírus revela bem o perfil dos administradores “políticos” da causa pública, cuja gestão do dia-a-dia não é eficaz para “montar” um sistema perfeito de organização das sociedades e dos Estados.

As fraquezas são notadas claramente: ao nível da comunicação, relação e discurso entre governantes e cidadãos…

As fraquezas são notadas claramente: ao nível da comunicação, relação e discurso entre governantes e cidadãos; e da competência, onde há claramente um não saber, de arrepiar, confrangedor mesmo, o que revela que os políticos (alguns e nossos) se limitam mais a ocupar a cadeira do poder do que a desempenhar o cargo, e a fazer o que lhes compete em cada sector dos sistemas de que depende a sociedade.
Estando Portugal, na nobre, forte e necessária União Europeia, não se explica bem como é que a solidariedade entre os 27 países não funciona, cada um trata do seu território – mal – à pressa, com medo, sem estratégia, num salve-se quem puder impróprio de uma verdadeira comunidade de países.
Sendo o vírus Corona, a causa da mesma desgraça, não se compreende que cada Estado tome medidas de per si e não em conjunto, tarde a reagir, e fique engasgado nas suas decisões, esperando ver o que faz o vizinho, para o copiar nos procedimentos adoptados.

Relações sociais restringidas. © Direitos Reservados

A UE, em termos políticos, nesta ameaça, de efeitos letais, para a saúde pública do seu espaço territorial, é mais um falhanço que revela o que todos já sabemos: não há estadistas com perfil e competência para a grandeza humana desta comunidade, onde parece só terem êxito, populistas, incompetentes, malucos e outros doentes que brincam com os sentimentos das populações.
Todos parecem fugir da realidade, tementes das consequências dos seus actos, deixando os cidadãos entregues à sua sorte, desconfiados do poder político e das suas medidas, vivendo da solidariedade do seu canto, do seu bairro, dos seus amigos.
Os sistemas colapsam, as escolas fecham, o da saúde abre brechas, o Estado não responde apenas reage, perante um inimigo traiçoeiro, incógnito, sem identidade, que quase não se chega a saber onde começou e que meios utilizou para se transportar e expandir e espalhar por todo o território.

O vírus Corona provoca, na opinião pública, um aglomerado de números, contagiantes entre si, desconectados, irreais, entre as probabilidades, que a matemática não resolve. E que resultam de informação casuística.

© 2020 Guimarães, agora!

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