Manuel José da Costa Moreira é o primeiro candidato de uma lista de cidadãos, agrupados numa candidatura “Gondar com Futuro”, uma das quatro que concorrem em Guimarães e que se candidatam apenas à Assembleia de Freguesia.
Nascido em Gondar, com 64 anos, está aposentado depois de uma vida ligado ao sector têxtil: primeiro como aprendiz de fiandeiro, uma passagem breve pelo gabinete de fiação com a responsabilidade de pagar às pessoas, para integrar o gabinete de desenho, por concurso, numa empresa têxtil, ainda antes de ter cumprido o serviço na polícia militar.
De regresso à Coelima onde trabalhou, voltou a inclinar-se para a área de desenho de bordados, tendo depois procurado alargar horizontes na Estamparia Adalberto, uma empresa que na data da sua admissão tinha salários em atraso.
Mas isso não o impediu de “arriscar”, pois, sente-se um “homem de coragem” e de desafios. Contudo, chegaria, mais tarde, à Lameirinho, na área que sempre gostou a de desenho. Neste percurso laboral de saltimbanco, Manuel Moreira ainda trabalhou na Têxteis Tarf num gabinete com 12 pessoas.
Experimentou as agruras do desemprego, após o encerramento da Tarf, e aventurou-se como “patrão” numa empresa de camisas que fundou. Depois trabalhou como freelancer na área do design e foi contratado para a Colchas S. Domingos, em Vizela, e para a Têxtil Luís Correia 2.
Com esta atribulada vida laboral, Manuel Moreira sentiu-se sempre um homem realizado, profissional e financeiramente, tendo viajado pelo Mundo, conhecendo outras realidades. E tornando-se tolerante com situações mais adversas.
Agora, candidata-se a ser presidente da Junta de Freguesia de Gondar, com um espírito de missão, de “procurando dar em dobro o que me dão”. E espera que os eleitores o escolham e lhe confiem o seu voto.
Por isso, cita uma frase de Bob Marley: “Às vezes não há uma próxima vez. Às vezes não há segundas oportunidades. Às vezes é agora ou nunca”. Como espera que aconteça em 26 de Setembro.
Qual a razão porque se candidata à Assembleia de Freguesia de Gondar?
Uma das razões principais é o facto de sentir que a freguesia parou. Está imobilizada e desajustada da realidade. Há falta de ideias e criatividade.
Que objectivos eleitorais pretende atingir?
Quando decidi candidatar-me, fi-lo com a convicção semelhante à que sinto hoje: Vencer! Após vários meses de trabalho árduo e sentindo a envolvência das pessoas, não tenho dúvidas numa vitória, inequívoca.
Quais as principais propostas para cativar os eleitores?
Há três áreas prioritárias e sem ordem: ambiente, cultura, solidariedade social/acção social, onde o bairro da Emboladoura é a mais problemática e para onde se dirigem promessas atrás de promessas.
Quais seriam as suas seis prioridades?
As quatro já referidas e ainda a construção de infraestruturas e atenção aos problemas da juventude.
Conhece o valor do orçamento da sua freguesia?
Conheço. É na ordem dos 50 mil euros anuais e que pode chegar aos 80 mil com alterações que são feitas ao longo do exercício.
O que permite fazer?
Infelizmente muito pouco. Esta insuficiência tem de ser compensada por mais transferências do Município.
Como tem sentido a adesão das pessoas às suas propostas e candidatura?
Há uns tempos atrás enviei uma carta aberta a todas e todos Gondarenses e senti efectivamente uma boa adesão. Quero assumir o compromisso real de fazer parte de uma comunidade mais participativa, mais unida e melhor servida para fazer, de todos nós, pessoas mais realizadas.
Qual será a sua relação com a Câmara que resultar das eleições?
O melhor possível como pessoas civilizadas e sempre sujeitas ao livre arbítrio dos cidadãos que nos elegem.
© Direitos Reservados
Dos candidatos à Câmara com quem se identifica mais?
Sendo eu apartidário há muito tempo, comungo das ideias de quase de todos sem privilegiar ninguém. Sou apologista duma democracia plural.
E no caso de ser eleito presidente da Junta, qual será o seu posicionamento na Assembleia Municipal?
O que a lei determina, percebendo bem o que será feito em Gondar no próximo mandato.
Olhando para o Município de Guimarães quais entende devam ser as prioridades da próxima vereação?
Descentralizar mais e melhor; ter equidade no tratamento com todas as freguesias; e isenção no tratamento dos presidentes das Juntas.
Faz algum balanço sobre os mandatos de Domingos Bragança?
Gostei francamente do programa Hereditas (pretende ser o maior centro interpretativo do património cultural).
Fale dos outros candidatos que estão na sua equipa?
“Gondar com Futuro” é uma lista ecléctica composta por diferentes elementos de tendências, profissões e com formação diversificada. Há gente com formação em design, arquitectura, uns são empregados têxteis, outros já foram bancários. Também temos pessoas que foram autarcas, alguns até presidentes de Junta. A nossa equipa tem de tudo, taxistas, mediadoras culturais, mecânicos, costureiras, directoras administrativas, ex-funcionários de justiça. Enfim, são homens e mulheres, de vários estratos etários que gostam de Gondar, a sua terra que querem ver desenvolvida e onde todos se sintam felizes.
Por isso, estou satisfeito com este punhado de gente com muita capacidade, e sensibilidade para responder aos anseios a que nos propomos, nomeadamente empenhando-nos num território que queremos solidário, de facto, em que a acção social chegue a quem precise, que todos nos empenhemos em defender uma freguesia em que a sustentabilidade ambiental seja objectivo. E, que acima de tudo, se envolva em construir um projecto que proteja e ajude os jovens do bairro da Emboladoura, que tem sido muito negligenciado, ao longo dos anos.
Com esta equipa, vamos procurar dar uma qualidade de vida digna a esta população. Essa será uma das minhas prioridades.
Gondar tem de inverter o ciclo de pobreza em que aparenta viver, pois, a riqueza, da população é mais forte do que a sua riqueza material.
© 2021 Guimarães, agora!
Partilhe a sua opinião nos comentários em baixo!
Siga-nos no Facebook, Twitter e Instagram!
Quer falar connosco? Envie um email para geral@guimaraesagora.pt.