Foi na União de Freguesias de Souto S. Maria, S. Salvador e Gondomar em que quatro deputados do PSD/CDS conseguiram eleger a sua mesa da assembleia.
Tendo o PS cinco mandatos, houve um membro que não respeitou a disciplina partidária e votou ao lado da oposição.
A confusão instalou-se e o desespero levou a um carrossel de decisões atrás de decisões, de legalidade duvidosa.
Uma nova mesa acabou eleita apenas com o voto de cinco membros dos nove que fazem parte do órgão, sem que os deputados da Coligação Juntos por Guimarães (CJpG) participassem na votação. Com a intenção de anular a primeira decisão em que por 5-4 em votos, o PSD/CDS tem membros seus na presidência da assembleia.
Os membros da CJpG depositaram o boletim de voto, aberto, em cima da mesa, facto que foi considerado pelo cidadão mais votado – Fernando Cardoso – como um voto em branco, apesar de não ter sido introduzido na urna.
A GNR foi chamada ao local da instalação dos órgãos da freguesia depois do burburinho que se instalou e para além de identificar todos os presentes, tem à sua guarda os votos da primeira eleição em que Ana Cláudia Ribeiro, José Manuel Martins e Vítor Macedo foram eleitos membros da mesa da Assembleia de Freguesia, eleitos na lista B (PSD/CDS), respectivamente presidente e secretários.
O resultado estranhou-se mas intranhou-se nos “deputados” socialistas que tendo cinco mandatos e a maioria não conseguiram eleger a mesa que dirige o parlamento da freguesia.
Seguiram-se reacções de incredulidade e a solução foi recorrer ao “quero, posso e mando”, de anular uma votação sem vícios de forma e que apenas revela algum descontrole político.
É que a eleição dos membros da Junta de Freguesia, respectivamente o secretário e tesoureiro, não ofereceu dúvidas ou enganos e a instalação decorria com normalidade até ao momento em que se elegeria para a mesa da Assembleia.
Agora, com duas votações díspares e com PS e PSD/CDS a defenderem a legalidade das duas votações, a instalação e o posterior funcionamento da Assembleia da Freguesia da União de Freguesias de Souto S. Maria, S. Salvador e Gondomar tem uma mácula na sua formação.
O que era suposto ser uma Assembleia pacífica acabou numa confusão jurídico-legal que esconde uma fuga de voto de um deputado do PS que impediu a eleição de José Luís Ribeiro, Sandra Alves e Sónia Vieira de dirigirem a mesa da assembleia, derrotados na primeira votação.
De um lado e do outro, cada partido entende que a primeira eleição é a “mais” legal porque votaram todos os deputados, de forma livre e conscientes de que a lista A identifica o PS e a lista B a Coligação Juntos por Guimarães; do lado dos socialistas, a sua mesa é legal porque obteve cinco votos dos membros eleitos, ainda que nessa eleição o PSD/CDS não tenha apresentado uma lista concorrente e os seus membros não participaram na votação.
Resta que a anulação da primeira votação foi feita à base da crença de que “houve um erro” que os membros socialistas tentaram corrigir numa segunda votação, apenas pelo seu livre arbítrio.
Ninguém sabe como se resolverá este imbróglio que divide os membros da Assembleia daquela união de freguesias.
Porém, esta manhã na reunião da Câmara, Domingos Bragança e Bruno Fernandes reuniram-se em separado, deixando a reunião do executivo suspensa. O assunto não tinha nada a ver com a ordem de trabalhos mas com as dificuldades que se estão a sentir, também, em Selho S. Jorge para formar o executivo.
O PSD/CDS espera que o PS aceite viabilizar uma Junta com cinco eleitos na sua lista, depois de em Gondar ter dado a mão ao executivo socialista para formar os órgãos que deseja.
Agora, o caso de Souto Santa Maria, S. Salvador e Gondomar pode até vir a ser resolvido por este acordo que PS e PSD/CDS têm estabelecido para dar estabilidade aos órgãos da freguesia.
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