O ex-presidente da Junta, Constantino Veiga deu alento à candidatura “Juntos por Guimarães”, apresentando-se como candidato em Caldelas.
Aliás, o seu slogan é prova disso: “Estamos juntos pelas pessoas”. E perante os que marcaram presença na sua apresentação, declarou que “é por vós, e convosco que avanço”.
Defendendo que só é candidato porque a decisão “foi dos taipenses, antes de ser minha”.
“Nos últimos anos, muitas foram as pessoas que bateram à minha porta, uma porta que sempre esteve aberta às pessoas, com queixas e reclamações sobre a actual Junta” – revelou.
Justificando, a relação de proximidade com os taipenses, Constantino Veiga disse que foram “muitas pessoas que me pediram ajuda, porque não encontraram resposta na Junta de Freguesia. Muitos foram os taipenses, de todos os quadrantes políticos, que me incentivaram a voltar. Não estava nos meus planos voltar, mas não está no meu ADN virar costas a quem a mim recorre”.
Mostrando-se como quem diz presente a um chamamento, o candidato da Coligação Juntos por Guimarães, disse “por isso cá estamos”. E “para quem não me conhece, sou o Tino. Sou professor há 40 anos, sou arquitecto, sou pai de família. Não sou político de carreira, nem tenho essa pretensão. Sou um taipense adoptado, há quem adopte o nome do cônjuge, eu adoptei a terra da minha mulher. Uma terra que estimo como minha e para a qual quero o melhor, nem mais, nem menos do que aquilo que merecemos: o melhor”.
E continuou: “Taipas merece mais que o poucochinho que a gestão socialista deste concelho lhe atribui. Por isso entrei para a política em 2005 e com os taipenses fizemos barulho, fizemos muito barulho, fizemos tanto barulho que se ouvia em Guimarães”.
Lembra o que disseram de si e da sua equipa: “loucos, guerrilheiros, malucos, separatistas, chamaram-nos de tudo, a nós que apenas queríamos ver a vila ter aquilo que é seu de direito”.
Agora, a “resposta de Guimarães foi reforçar a presença socialista na vila, o PS Taipas tem hoje a vitalidade que tem porque era preciso derrotar o Tino”.
Taipas cresceu apesar das forças contrárias
E como quem se sente responsável por tudo quando o Município deu às Taipas, Constantino diz mesmo que “o município foi obrigado a olhar para as Taipas. Durante três mandatos tive a vida dificultada no convento de Santa Clara, primeiro por um presidente que se recusava a receber-me, depois com um que prometia tudo e não cumpria nada”.
Mas considera que valeu a pena, “apesar das forças contrárias, Taipas cresceu… em população, cresceu em investimento, cresceu em atractividade, cresceu em nome e prestígio”.
Hoje, como candidato, o Tino das Taipas, mostra o caminho que a sua candidatura e as pessoas que dela fazem parte, delineou: “um caminho muito concreto, assente em quatro traves mestras: tornar a vila apetecível para investidores e atrair novos residentes; aproximar as pessoas, as associações, as empresas, as escolas e as instituições da Junta de Freguesia; devolver o Rio Ave à vila, reabilitando a zona ribeirinha; enaltecer a história das Taipas, através da preservação, promoção e divulgação do seu património imaterial”.
Com satisfação diz: “cumpri”. Nos seus três mandatos, Tino defende que “trabalhei sempre junto das pessoas e com elas. A vila cresceu, sendo dos únicos territórios do concelho a ganhar população. Esse crescimento que permitiu que a Junta de Freguesia passasse de três para cinco elementos durante o meu mandato, e que agora os censos comprovam”.
Num discurso de proximidade, muito concreto, Constantino Veiga colocou sempre o seu passado de autarca como bússola do seu futuro político. Não foi em vão que fez ressaltar a sua vivência com os taipenses. “Durante três mandatos, o presidente da junta foi o Tino, não o Dr. mas o Tino, sempre presente e pronto a ajudar e a resolver os problemas das pessoas. A Junta de Freguesia funcionava seis dias por semana, e as portas estavam sempre abertas para receber todos, sem distinção e sem formalismos, porque uma Junta de Freguesia é sobre política de proximidade”.
Nesse tempo “apoiamos as associações como nunca haviam sido apoiadas, ao ponto de nascerem novas associações; promovemos o trabalho de proximidade com as associações de pais; abraçamos a Escola da Charneca como uma causa, transformando-a numa escola preterida a uma escola modelo, foram requalificadas todas as escolas”.
Lembrou que as empresas locais foram privilegiadas como fornecedores da autarquia, recuou a 2005, para lembrar a “guerra” pelo Rio Ave e a sua devolução à vila.
“Os governantes de Guimarães, os mesmos que ainda lá estão, chamaram-me louco, disseram-me que era uma utopia. Foram anos difíceis, a bater à porta de muitas instituições nacionais a reclamar a requalificação das margens do Rio Ave. Compramos os terrenos da praia seca, negociamos os outros terrenos, fizemos o projecto com o único especialista nacional em engenharia natural. A utopia é hoje realidade” – disse orgulhando-se das suas bandeiras que são as bandeiras dos que lhe sucederam.
E salienta que na defesa desse projecto “deixamos o caminho pronto, e quem me seguiu tem feito dessa obra a sua bandeira, sem dizer que cortou ao projecto inicial, já estão a querer tornar-nos pequenos outra vez”.
Constantino Veiga diz que “durante os meus mandatos as Taipas voltaram a ser o centro da zona norte do concelho. As feiras e romarias, juntavam as freguesias envolventes nas comemorações das nossas tradições. Demos um novo fôlego às festas da vila que celebravam a nossa história e eram mostra de tudo o que de melhor havia na vila. Da feira das associações, à da francesinha, dos cortejos etnográficos ao magnífico fogo de artifício que juntava milhares de pessoas junto ao rio”.
Nestes seus mandatos arrebatadores, lembrou o “simbolismo associado às festas populares que reflecte a força das comunidades, e nós fizemos fortes as festas da vila. Mas fizemos mais pela preservação do nosso património, editamos um livro sobre a história de Caldelas, desde a sua origem, registamos a marca Capital da Cutelaria, geminamos com uma vila francesa onde residem muitos taipenses, requalificamos, pela primeira vez em milhares de anos, a Ara de Trajano”.
Aos seus adversários, deixa a mensagem directa: “só por ignorância ou maldade alguém poderá dizer que Caldas das Taipas não cresceu nos meus mandatos. Entrei numa Junta de Freguesia que nem um martelo tinha, deixei uma junta com um património como nunca teve”.
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“Não precisamos de um capataz”
Convicto de que no seu tempo “Taipas mudou e cresceu porque o povo teve voz, uma voz presente, reivindicativa e livre de interesses pessoais”.
Por isso, o seu regresso, hoje, “é para que a mudança não pare. Pusemos a vila a mexer e assim tem de continuar. Não posso permitir que estraguem o que os taipenses fizeram até aqui”.
Visando o actual presidente da Junta e adversário político, Tino mostra-se como “alguém com vontade de restituir a esta terra a sua importância histórica, pois as Taipas precisa de alguém que não coloque os seus interesses à frente dos interesses da nossa terra. Não precisamos de um capataz. Precisamos de alguém sempre presente e que represente os taipenses”.
Sobre o presente e as obras, Constantino Veiga, justificou que “o momento é crucial, as obras que estão a ser feitas, fruto da pressão que fizemos junto do Município, têm de ser bem feitas, para isso precisam de um presidente de Junta de olhos atentos, voz crítica e uma presença constante”.
Vaticina que “o resultado destas obras marcará as próximas décadas da nossa terra, não podemos falhar, como já estamos a falhar, não podemos voltar a encolher”.
É assim que mostra o caminho a seguir e os valores que quer defender: “candidato-me também em defesa da democracia, dos valores de Abril. Pelos mais velhos, que lutaram pelo direito de ter voz, e não aceitam ver um concelho e uma Junta sequestrados por interesses partidários”.
“Comigo na Junta trabalhavam os melhores, não as cunhas do partido. Comigo na Junta voltará a ser assim.”
Sempre com veemência, anunciou que “candidato-me pelos mais novos que investiram na sua formação e têm direito a um acesso justo e universal aos empregos públicos. Comigo na Junta trabalhavam os melhores, não as cunhas do partido. Comigo na Junta voltará a ser assim”.
Evidenciando mais valores do que obras, Tino continua a dizer que “candidato-me pelos mais pequeninos que merecem herdar uma comunidade assente na ética. Em política não pode valer tudo. Cabe-nos a nós não permitir isso”.
“O destrate e desrespeito pelas pessoas por parte de alguns mercenários da política não é de hoje.“
Curiosamente ou não mas em sintonia com os valores que disse pugnar aproveitou “para estender um abraço solidário ao Dr. Ricardo Costa, repudiando o tipo de política que trata assim as pessoas. Apesar de sermos adversários, pode contar comigo na defesa de uma política honrosa, sempre tive nele um opositor digno. O destrate e desrespeito pelas pessoas por parte de alguns mercenários da política não é de hoje. Há quatro anos, a primeira coisa que o recém-empossado executivo da Junta fez foi atacar-me, atentar contra o meu bom nome. Tentaram matar-me politicamente, mas apenas me deram mais força”. E uma medalha da vila.
Concluiu: “a mim não me metem medo. Candidato-me por si, por todas e todos e por uma vila melhor. A revolução começou em 2005, não pode parar. Não voltaremos a ser pequenos para que alguém engrandeça em Guimarães”.
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