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Domingo, Novembro 24, 2024

Calçado: exportações resistem depois de um ano atípico

Economia

Cerca de 20 milhões de pares de sapatos foram exportados no primeiro trimestre de 2023, apesar do abrandamento da economia.

A APICCAPS revelou, hoje, que o sector do calçado resiste depois de resultados históricos em 2022. Lembra a associação que as exportações cresceram em 2022 para além dos 20% – um ano atípico em que se atingiu um novo máximo histórico de 2 009 milhões euros.

Os números do primeiro trimestre deste ano seguem na linha de uma resiliência do sector que ao exportar 20 milhões de pares, no valor de 526 milhões de euros, deixa a indústria num nível de satisfação moderado apesar de o preço médio do calçado português ter aumentado de 13,1% para 26,09€ por par. O recuo de 4,96% em quantidade face a igual período do ano anterior foi compensado com um aumento em valor de 7,5%.

“Como se previa, o ano de 2023 será particularmente exigente para o sector de calçado”, considera a APICCAPS, explicando que tal exigência é “fruto de um abrandamento económico comum à maioria dos principais mercados de destino do calçado português”.

Sublinha a associação, a título de exemplo, que na Alemanha, “mercado de referência para o calçado português, e de acordo com a associação comercial alemã, uma em cada dez sapatarias encerrou no ano passado, originando um total de 1 500 encerramentos”.

A APICCAPS sustenta que “há a expectativa de que 2023 possa ser um ano de consolidação do calçado português no exterior, mas para isso é essencial redobrar esforço, reforçar os investimentos em matéria de promoção externa e ir ao encontro de novas janelas de oportunidade”.

Em termos práticos, o calçado português continua a reforçar a sua posição nos principais mercados externos, em particular nos países extra-comunitários (crescimento superior a 12% nos três primeiros meses). No espaço europeu destaca-se o desempenho na Alemanha (mais 8,5% para 115 milhões de euros), França (mais 6,2% para 111 milhões de Europa) e Países Baixos (mais 9,8% para 81 milhões de euros), enquanto fora do espaço comunitário, realce para o bom desempenho no Reino Unido (mais 14,5% para 32 milhões de euros), EUA (mais 10% para 25 milhões de euros) e Canadá (mais 7,4% para 6 milhões de euros).

Por produtos, continua a ser o segmento em couro o principal impulsionador do sector, respondendo por 86% das vendas no primeiro trimestre, com um crescimento de 9,8% face ao primeiro trimestre de 2022. A melhor performance registou-se no segmento “outro calçado em plástico”, com um acréscimo na ordem dos 20% para 26 milhões de euros.

De acordo com o Boletim de Conjuntura da APICCAPS, “apesar do abrandamento da conjuntura, a larga maioria das empresas continua a considerar o estado dos negócios suficiente ou bom”. Para o segundo trimestre do ano, nomeadamente ao nível da produção e da carteira de encomendas, “estabilidade foi a resposta mais frequente das empresas”. Mais de quatro em cada cinco empresas (80%) acreditam que, no segundo trimestre, o seu nível de emprego não irá sofrer alterações.

📸 GA!

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