O Vitória voltou a perder, em casa, com o Braga, em duas épocas consecutivas, com resultados diferentes, num jogo atípico com bancadas vazias e agitação fora do estádio.
O Vitória de João Henriques mostra-se em duas versões: a de antes e a depois do intervalo.
Com o Boavista, impôs-se na 1ª parte e sobreviveu à reacção do adversário, guardando a vantagem de um golo que lhe deu o triunfo; com o Braga entrou adormecido, permitiu um golo e deixou a reacção para a segunda metade da partida.
© Marco Jacobeu
Nesta dualidade de comportamentos, o Vitória não se assume ainda como uma equipa integral, consistente e capaz de cumprir com os objectivos que o seu treinador propaga de desejar ganhar todos os jogos.
É verdade que o Braga é outra equipa. Já nos últimos anos tem sido, pela maneira de jogar, pela qualidade do plantel que consegue manter, pelos resultados que conquista.
Todavia, o Vitória não se mostrou atrevido, logo que a partida começou. João Henriques terá visto o filme do jogo da época passada quando o Braga entrou em campo ao estilo do “cheguei, vi e venci”, marcando cedo dois golos que cimentaram o triunfo e limitando-se a controlar o jogo nos minutos que faltavam para o fim da partida.
Foi notório, no jogo, desta jornada, o domínio do Braga na primeira parte. Atacou sempre pela esquerda, e foi por essa ala que a equipa do Vitória não se precavendo, sofreu o golo aos 27′ num cruzamento para trás com a bola a beijar o relvado da esquerda para a direita da defesa, indo encontrar Esgaio, do outro lado, que rematou forte e colocado, fazendo o golo.
O Braga não perdeu o seu domínio, foi aproveitando para jogar, de modo fácil, em muitos espaços livres, na área do Vitória, sem contudo, aumentar o resultado.
A equipa do Vitória consentiu a vantagem e a superioridade nos primeiros 45′.
Outro Vitória aparece em campo, depois do descanso e Quaresma assumiu a maior parte do protagonismo ao criar situações para golo, a primeira logo aos 53′ num remate que saiu perto do poste da baliza adversária.
O Vitória cimentava o seu domínio mas a finalização não foi a melhor. Vários remates saíram ao lado e por cima do alvo e quando era notório que o Vitória comandava o jogo, o Braga utilizava o contra-ataque para através de um homem só, perturbar toda a defesa vitoriana. Suliman salvou mesmo o 2-0 e mais tarde foi Bruno Varela que saiu da baliza para evitar o segundo golo adversário.
Não marcando o Vitória sujeitou-se a ser surpreendido por um Braga que recuou para o seu meio campo, entregou a iniciativa do jogo ao Vitória, assim conseguindo o objectivo de vencer.
Positivo:
- A exibição de Bruno Varela que se torna no expoente da equipa nestas cinco jornadas;
- Quaresma mostrou mais uma vez que “velhos são os trapos”;
- João Henriques repetiu o 11 do Bessa numa altura em que a equipa tem de estabilizar o seu jogo, crescer em rendimento e não entrar em loucuras de mudanças sucessivas no conjunto titular;
- Mais um jogo em que o árbitro fez o seu trabalho, sem alinhar por nenhuma equipa;
Negativo:
- As escaramuças que se seguiram à entrada violenta de David Carmo sobre Edwards, que levou à expulsão de Jorge Fernandes (Vitória) e Fransérgio (Braga), uma vez que a expulsão de David Carmo já estava confirmada pela forma como abordou o lance;
- O Braga atacou sempre pelo lado esquerdo com mais perigo e o Vitória não resguardou o seu lado direito. O golo foi consequência desse facto;
- O Vitória estava a confirmar uma tendência para que pudessem surgir alguns remates de meia-distância, algo que parece ter perdido, levando a posse de bola até à entrada da área, esbarrando contra o muro arsenalista;
- Bruno Duarte tem mostrado que joga muito – e bem – fora da área. Mas na hora do chuveirinho, o Vitória não tem lá ninguém;
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