Os adeptos do Hajduk Split, ajudados pelos seus irmãos lisboetas, fizeram, ontem, à noite, uma operação especial de invasão ao centro histórico, lançando o caos e o medo.
Perante a passividade de muita autoridade e pessoas avisadas que a invasão croata iria acontecer, por ser ameaça recorrente, nas redes sociais, foram os pacatos cidadãos da terra que tiveram de fugir e antecipar o fim do gozo de uma noite de descanso.
Com tochas vermelhas, mais de uma centena de homens vestidos de negro, a invasão consumou-se perto das 22h00, causando alarido no Largo do Toural por onde iniciaram esta operação especial – que colocou em causa o estatuto de cidade segura que Guimarães tinha.
Sem oposição, os croatas não queriam ver o centro histórico à noite. Adoraram, com a maior das impunidades, lançar o pânico, o caos e o medo, à mistura com uma destruição patrimonial e à fuga de homens e mulheres – e crianças – que àquela hora frequentavam as praças do coração do centro histórico.
Para além de darem largas à sua capacidade destruidora de bens, estes heróis espalharam o medo fazendo com que o encerramento do centro histórico se registasse mais cedo do que é habitual.
Viram-se inúmeras famílias, grupos de amigos, homens e mulheres que deambulavam pela cidade a acelerar o passo e a fugir com pânico, perante a ameaça croata, misturada com portugueses de Lisboa.
Entretanto, a AVH – Associação Vimaranense de Hotelaria – emitiu um comunicado, esta manhã, em que demonstra a sua “solidariedade e apoio a todas as pessoas que vivenciaram momentos de terror, ontem, pelas 22h30, no centro histórico de Guimarães”.
E deixa ainda “palavras de conforto aos nossos associados, que, para além dos prejuízos da noite, terão de encerrar durante esta quarta-feira”.
Lamenta a AVH que sendo Portugal “um país civilizado, seja assolado por estes momentos, mais do que seria suposto, por causa de jogos de futebol”. E acrescenta que “o futebol e o desporto não podem servir como desculpas para este tipo de comportamento”.
A Associação regista “com grande preocupação, que Guimarães, uma cidade pacata e acolhedora, seja invadida por um grupo organizado, sem qualquer tipo de vigilância, tendo o mesmo espalhado e semeado o caos e o medo”. E interroga como tal foi possível?
As reacções são diversas e implacáveis até. A PSP e o presidente da Câmara são os mais visado por uma “quebra no protocolo da segurança da cidade”.
Um comerciante afirma até que ainda bem que “a claque do Vitória não se mobilizou para repudiar esta acção”. Senão, “teria sido uma tragédia”.
Alguns restaurantes queixam-se de clientes que fugindo com o pânico instalado não pagaram as suas contas. “Um veio cá hoje de manhã pagar” – revela Pedro Fernandes, do Bucha, atingido por esta fugir inóspita de clientes.
“Imagino o que seria, uma hora antes, quando a esplanada estava completa”.
O empresário revela que a sua esplanada foi atingida por um very light quando a maioria dos clientes já tinha terminado o seu jantar. “Imagino o que seria, uma hora antes, quando a esplanada estava completa” – afirma Pedro Fernandes.
Hoje de manhã, foi tempo para contabilizar estragos e a avaliação feita a danos no património tem a ver com danificação de cadeiras e contas por pagar de clientes que fugiram, perante a invasão croata.
Num cenário previsível – porque anunciado nas redes sociais – as críticas dos cidadãos e residentes vai inteira para as autoridades de segurança e administrativas.
Este incidente deixa marcas e questiona se Guimarães é mesmo uma cidade segura, conceito que foi posto em causa por causa de mais de uma centena de desvairados adeptos de futebol.
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