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Sábado, Novembro 23, 2024

Foi chegar, ver e vencer!

Economia

            Sá Pinto “tomou” Guimarães, com uma estratégia clara e bem definida: “vim, vi e venci”. E não precisou de mais.

            Bastou-lhe, utilizar o princípio de Júlio César, para “romanizar” o jogo e o adversário. Chegou e pôs logo a sua equipa a mandar na partida, e não precisou de ver o que faria o adversário porque o Vitória foi surpreendido pelo querer e poder bracarense – cuja vontade de vencer era bem conhecida -, ficando preso num colete de forças, impotente e sem reacção.

            Depois, para vencer, Sá Pinto pediu aos seus jogadores que marcassem golos. E não fora Douglas e o triunfo bracarense teria sido construído mais cedo.

            O Vitória nunca foi a mesma equipa – de jogos anteriores e mesmo aquela dos jogos que disputou com o Arsenal. Só poucos jogadores se “revoltaram” contra a hegemonia do Braga que jogou mais no meio campo do Vitória do que no seu, impondo um estilo de futebol agressivo, apoiado numa velocidade “furiosa”.

            Nesse espaço de tempo, o jogo foi vivo apesar da falta de clarividência dos vitorianos onde Edwards e Evangelista tentavam lutar contra a “romanização” do jogo e do futebol imposto pela equipa de Braga.

            Cedo se percebeu que o Vitória denotava sinais de não poder quebrar a força do adversário que na primeira parte impôs a sua lei, deixando a posse de bola para o Vitória e o controlo do jogo para si, na segunda.

            O golo de Paulinho, neste período, foi único, mas os calafrios causados pelo caudal de jogo ofensivo bracarense tolheu a habitual raça da equipa de Ivo Vieira que se perdeu numa espécie de meio campo alagado, sem força, sem inteligência e sem chefes, pese a dedicação de Edwards e de Evangelista, para quem a pressão do Braga não foi incómoda.

            Ivo Vieira, nem sequer tinha uma estratégia alternativa e muito menos uma “estratégia de guerra”, ao jeito de Sun Tzu.

            Acumularam-se as perdas de bola e os passes errados, com a bola a sobrar sempre para os bracarenses que mostraram ser uma equipa organizada, com recursos.

© Marco Jacobeu

            Porém, o jogo deve ter servido para Ivo Vieira reflectir e analisar como e porque jogou assim o Vitória. Certamente terá visto, uma defesa cheia de problemas, sem ligação, a deixar espaços vagos para os adversários que dentro da área vitoriana encontraram sempre soluções para decidir a favor de um remate certeiro para golo ou para Douglas brilhar; a perceber como foi possível, com um recorde de cruzamentos para a área do Braga, o ataque do Vitória jamais ter construído um lance de perigo ou uma oportunidade de golo, o que deixa a equipa com um duplo problema: a de que ao Vitória faltam avançados, os ditos pontas de lança, que estejam no sítio certo e marquem golos, que farejem a bola e não andem atrás dela para zonas mais distantes da baliza; finalmente, atender a que foi a partir do meio campo que o Vitória começou a perder o jogo e o Braga a ganhá-lo.

            Foi assim que o “castelo” do Vitória foi tomado, com o Braga a expor as fragilidades e debilidades da equipa, perante um adversário organizado e sabendo bem o que queria e como desejava ganhar.

            Pois… o Vitória também pode ter “pago” parte da factura desta derrota com o esforço enorme feito no jogo com o Arsenal, porque ninguém é de ferro. Mas não podemos desvalorizar o mérito do Braga e dos seus jogadores – de muita qualidade – e de Sá Pinto que gizou a estratégia perfeita para baralhar o Vitória que até agora tinha dado tão bem conta de si. Ivo Vieira ficou sem reacção porque o ataque dos “romanos” de Braga, foi directo ao coração da equipa.

            O segundo golo do jogo apenas dá expressão ao labor do Braga e expressão ao que a sua equipa arrecadou.

            As estatísticas revelam que o Vitória fez 11 remates (contra oito do Braga), dispôs de mais cantos (11-2) e posse de bola (61-39%), o que não abona em favor da sua exibição e evidencia um futebol pouco objectivo.

© 2019 Guimarães, agora!

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