Debater o modelo de desenvolvimento da cidade do futuro, sob o prisma cultural, é uma pretensão de Adelina Pinto, vereadora da Cultura, anunciada, hoje, em conferência de imprensa.
O debate sobre a estratégia de “construir o futuro” apenas “num território e num projecto cultural” é tão só uma metodologia, que visa partir do passado, juntar-se-lhes ideias do presente. Acontecerá, a 28 e 29 de Novembro, no Centro Cultural Vila Flor.
O mote escolhido é “A arte, o Ensino e a Cidade” através do qual se pretende vislumbrar que cidade ou parte da cidade nascerá a partir do perímetro em que se concentram mais equipamentos culturais, no centro de Guimarães.
As interrogações sobre que tipo de urbe emergirá das catacumbas do Teatro Jordão e da Garagem Avenida reconstruídos e reabilitados em função de novos equipamentos que ali se plantam e que “cruzam a cultura e a educação”, e como se interligam com o Palácio e o Centro Cultural Vila Flor – hoje centro nevrálgico da cultura espectáculo e forma de saber.
É por ali, que o Município, na versão e visão dos actuais inquilinos do poder de Santa Clara – ainda que inculcados de ideias de um passado recente, que vem do tempo de “Guimarães Capital Europeia da Cultura”, pretendem alicerçar um futuro de Cultura.
O “Teatro e a Cidade”, a “Música e a Cidade”, as “Artes Plásticas e a Cidade” e “Cinema e a Cidade”, não se podem dissociar de outros temas como a ciência e a cidade, já que por ali perto, na Fábrica do Arquinho, se pretende instalar equipamentos ligados à actividade aeroespacial, num território mais vasto que pode chegar à fronteira da Plataforma das Artes e Criatividade e Casa da Memória e recuar até Couros ou alargar-se à Cruz de Pedra, numa vastidão cultural inclusiva da educação, diversificada e rica de um território antigo mas pleno de vida e de futuro.
E porque a cidade é um território dinâmico num raio de menos de 5km do Toural – o centro da cidade – e de onde tudo está tão perto, o debate que se faz não deixa de ter o condão de fazer sair de Santa Clara, a discussão do que queremos e podemos ser enquanto cidade, mais europeia do que global, ainda que com gente para lhe dar vida, com actividade económica que lhe sustente vitalidade.
Mais do que construir um novo modelo de cidade e de território, o debate pode estimular a imaginação e a criatividade para que se possa perceber quão dinâmico pode ser, num futuro próximo, uma cidade mais concentrada, com pessoas, urbanizações e equipamentos.
Por certo, que voltaremos à velha questão de trazer à cidade a Universidade, alargar a dimensão do “CampUrbis”, algumas associações ganharem asas e voarem em notas de música, outras expressarem-se pelas Artes Visuais, repovoando ruas e praças com jovens que se ocuparão das artes e que querem aprender com elas, dando um novo uso a um território construído no passado, envolvendo uma comunidade que tem de crescer e ocupar casas e ruas, andar de braço dado com artistas e estudantes, ao estilo de uma cidade moderna, europeia e efervescente.
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