A sirene toca mas os alarmes também

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Portugal, conhecido pela organização de eventos internacionais grandiosos, enfrenta uma lacuna preocupante na proteção dos portugueses. Enquanto celebramos conquistas como as Jornadas Mundiais da Juventude e o Euro 2004, é crucial reconhecer e proteger aqueles que diariamente nos protegem a nós e permitem que estes eventos sejam possíveis de concretizar de forma segura: os bombeiros.

Os bombeiros portugueses merecem reconhecimento efetivo e concreto pelo seu serviço altruísta e coragem inabalável. No entanto, enfrentam desafios significativos, desde a falta de financiamento adequado até à ausência de condições de trabalho dignas e apoio social. Esta realidade contradiz a imagem de sucesso que Portugal projeta internacionalmente e isto tem de ser dito.

Para honrar verdadeiramente o seu altruísmo é essencial implementar um Estatuto Social do Bombeiro que garanta condições dignas e reconhecimento ao longo do ano. Além disso, o Estado deve fornecer financiamento adequado e políticas de apoio que protejam os bombeiros em todas as frentes, desde o combate aos incêndios até ao seu bem-estar físico e emocional. Sejamos honestos. O próprio poder político navega no conhecimento desta área. Ao contrário do que disse a semana passada o Sr. Ministro da defesa, os bombeiros nem subsídio de risco recebem…vamos mais longe, nem uma Carreira Profissional possuem.

A ideia de que o bombeiro é ‘pau para toda a obra’ a um custo baixo tem de acabar.

A ideia de que o bombeiro voluntário vai sempre resolver tudo, quando já nada podemos fazer, em que a nossa última prece reside na oração e na crença que eles, esses heróis sem capa apareçam, um dia vai falhar se assim continuarmos. A ideia de que o bombeiro é ‘pau para toda a obra’ a um custo baixo tem de acabar. Altruísmo sim mas dignificação também é devida.

Os bombeiros portugueses são heróis que arriscam as suas vidas diariamente para proteger o nosso património natural e as comunidades que servem. É imperativo agir agora para garantir que recebam o reconhecimento, apoio e proteção que merecem. Chega de nos continuarmos a agarrar a crenças, à boa vontade das Associações Humanitárias que se desdobram para pagar contas e manter as viaturas operacionais e mesmo assim terem mulheres e homens no seu efetivo de excelência a todos os níveis.

É óbvio, um pouco por todos os quartéis deste país, que o voluntariado tende a ter uma diminuição ao longo dos anos.

A profissionalização é o caminho, não acabando, como é óbvio, com o regime de voluntariado, como são exemplo países como a Alemanha ou a Holanda mas dignificando e dotando de meios e tornando atrativa a carreira de quem escolheu todos os dias proteger e ajudar o próximo. Só assim estaremos preparados para os desafios que as mudanças climáticas, o envelhecimento da população e a própria instabilidade destes dias.

Oiçamos e preparemo-nos para os alarmes que tocam e que avisam para o que poderá estar por vir. Valorizemos e protejamos, demos condições reais a quem está sempre pronto, ao toque de uma sirene, para nos ajudar e proteger.

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