Os trabalhadores vão esperar para ver quem será o novo patrão da Coelima, não votando em qualquer uma das três propostas de compra da empresa.
Foi uma decisão unânime e corresponde à proposta feita pelo Sindicato Têxtil. Os trabalhadores não estão indiferentes a quem será o novo dono da empresa mas preferem ficar de fora da proposta que o administrador judicial, Pedro Pidwell, fará, “por estatuto”, ao propor a venda à Mabera que apresentou uma proposta de compra melhor remunerada para os bancos que vão absorver a grande maioria dos 3.636.666,00 euros, pagos a pronto.
A última decisão ficará para a assembleia de credores que reunirá na 6ª feira, dia 25 de Junho, onde os credores financeiros têm maioria.
Francisco Vieira, dirigente do Sindicato Têxtil, congratulou-se com o facto de “a Coelima estar a provocar agitação nos meios empresariais locais” e informou os trabalhadores do que havia para decidir.
Os trabalhadores ficaram a saber que pouco têm a ganhar com o valor de qualquer uma das propostas, porque o produto da venda do estabelecimento vai directo para os credores bancários e financeiros e só cerca de 60 mil euros serão canalizados para os trabalhadores que rescindiram os seus contratos.
Daí que tenha dado mais esclarecimentos sobre as propostas em si. “Todas fazem juras sobre o desejo de recuperar a Coelima”, não para a anterior pujança mas “para a dimensão adequada” servindo-se de um ditado popular para saber como se comportará o vencedor desta corrida. “Conhecem a história dos melões?” – interrogou virado para os trabalhadores.
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É o que acontecerá à Coelima, depois de adquirida, “só saberemos se o melão é bom depois de o abrir” – salientou Francisco Vieira.
O dirigente sindical informou os trabalhadores que à hora do plenário havia quem estivesse a negociar a compra da empresa António Almeida & Filhos uma das empresas tri-gémeas no grupo Moretextile.
De facto, o consórcio Mundotêxtil/Felpinter tinha em perspectiva comprar também a empresa António Almeida & Filhos cujas negociações ainda decorrem. Tal intenção foi também manifestada pelos administradores da Mabera que informaram o Sindicato Têxtil dessa pretensão.
Aliás, o grupo Moretextile pode estar mesmo em liquidação, uma vez que a Felpinter já comprou a JMA Felpos, a Coelima segue os passos da liquidação e sobre a António Almeida & Filhos há sinais de compra e interesse da Mabera junta com o grupo de Armando Antunes (Lasa).
Mas esta corrida pela que foi a jóia da coroa de Moreira de Cónegos e do clã Joaquim Almeida Freitas, pode fazer juntar um quinteto de investidores em que se aglutinam a Polopiqué, a Calvelex, Paulo Oliveira, o grupo Riopele e a Twintex, rumores que o Sindicato Têxtil tem vindo a acompanhar.
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