O ex-vereador da CDU, na Câmara Municipal de Guimarães, defende Torcato Ribeiro, o último vereador da coligação na vereação, como candidato nas eleições autárquicas.
Cândido Capela Dias segue a política à distância e com o coração. A militância activa marca um período da sua vida pessoal e teve o seu tempo. Isso não faz com que se alheie da actualidade e meta a cabeça na areia, esquecendo o mundo à sua volta. Esta entrevista mostra como se mantém atento, seguindo com atenção a vida do seu partido por cá e no país e como ex-autarca também repara como Guimarães se coloca no palco das cidades. Explica porque defende Torcato Ribeiro, como o próximo cabeça de lista da CDU, nas eleições autárquicas: “tomara qualquer partido com lugar na vereação contar entre os seus eleitos com um vereador tão estudioso, tão dedicado, tão competente e tão probo”.
No ano em que o PCP assinala 100 anos em Guimarães, temos um partido que desde 2017 tem dado passos rumo à irrelevância. Que análise lhe merece este facto?
Não partilho da opinião que o PCP ruma desde 2017 para a irrelevância. Seguramente essa conclusão resulta de resumir a importância do PCP aos resultados eleitorais. E a importância e influência e prestígio do PCP estão para lá das eleições e dos resultados nelas alcançados. Por exemplo, no mundo do trabalho, no mundo cultural, no associativismo, nas autarquias e na política em geral, é pública e notória a importância dos comunistas. Donde, apesar de resultados desfavoráveis ou maus, a influência do PCP é um facto que nem os adversários se atrevem a desmentir.
Mas, a verdade é que o PCP perde eleitorado há 20 anos. O partido tem resistência a mudar? A mudar, inclusive, os seus representantes? Jerónimo de Sousa, por exemplo, continua a ser o indicado para o cargo?
Como qualquer organização viva, o PCP adapta-se à realidade e o PCP de 2021 é necessariamente diferente do PCP de 1921. Negar a evolução não é de um partido marxista-leninista que defende o materialismo dialéctico e a evolução histórica, um partido que sabe que todo o mundo é composto de mudança. Mas há coisas no PCP que não mudaram nem os militantes querem que mudem.
Por exemplo…
…os valores, os princípios, a identidade. A solidariedade, a fraternidade, a igualdade, a justiça social, a luta contra as desigualdades sociais, a luta pela paz e harmonia entre os povos, o respeito pela soberania das nações, a luta contra a exploração do homem pelo homem. Esse capital de valores acumulado ao longo de cem anos, que implicou muitos sacrifícios, vidas até, privações de vária ordem a começar pelas liberdades, esse capital de valores e princípios são a história dos comunistas portugueses que marca e distingue o Partido Comunista Português e não menosprezamos, antes pelo contrário. Ao contrário de outros partidos, no PCP pesa mais o partido do que o candidato individualmente considerado. Isto não é negar o valor específico do candidato, que muitas vezes acrescenta e espelha a identidade do partido. Por isso, ouvimos, por vezes, as pessoas dizerem, fulano é um bom candidato, é mesmo o melhor de todos, como ainda agora aconteceu com João Ferreira, só é pena ser comunista, ou se ele ou ela fossem por outro partido era nele ou nela que eu votava.
Mas as eleições são importantes?
De facto, mas não são tudo para o PCP, procuramos o candidato cujo perfil de honestidade, competência, dedicação à comunidade seja facilmente apreendido pelos eleitores. É óbvio que nem sempre o candidato apresentado é o que gostaríamos que fosse, porque a aceitação é um acto livre, pessoal e respeitável. Coisa diferente da escolha de candidatos aos diversos cargos exteriores é a escolha dos camaradas para desempenharem funções de direcção partidária. Aqui temos de escolher os delegados que melhor nos representam e com provas dadas de abnegação à causa. São eles e elas que depois em Congresso escolhem a direcção central e esta por sua vez escolhe quem a coordena. Este modelo de organização, diferente do de outros partidos, não é bem entendido por quem nos observa com as lunetas desses outros partidos. Tentam aplicar ao PCP grelhas e modelos que não se nos aplicam e depois concluem que o PCP não é como os outros. Pois, não é, nem quer ser. No PCP não acontece um militante apresentar-se com moções ao Congresso, com vista a liderar. Quem deve liderar é quem os militantes, de forma indirecta, assumem que se identifica com o percurso de luta do PCP e em quem eles se revêem. Quer isto dizer que o PCP despreza a opinião alheia, ou que o PCP não considera a apreciação externa ao desempenho e capacidades dos seus militantes? Nada disso, quer apenas dizer que damos preferência à opinião interna.
A perda da força sindical pode justificar algum do declínio?
Ora aqui está uma questão interessante sobre a qual, obviamente, o partido muito se tem debruçado, como lhe compete. A nível nacional e a nível concelhio. Uma explicação, mas não a única explicação, como é evidente. Guimarães de 2021 é muito diferente de Guimarães de há 30 anos. Há 30 anos existia na cidade e no concelho uma agricultura com algum significado, mas era no sector secundário, que estava o grosso da sua actividade e o grosso do emprego. Era considerado um concelho jovem e tinha orgulho nisso. Hoje, dando uma volta pelas ruas da cidade deparamos com restos dessa antiga pujança, vestígios de unidades industriais poderosas, ricas, que eram a vaidade dos vimaranenses, vaidade nas suas indústrias de fiação e tecelagem, nas suas cutelarias, nas suas fábricas de calçado e de confecção. O que se diz quanto à cidade diz-se quanto às freguesias fora da cidade. A nossa paisagem está pejada de arqueologia industrial, replicando a indústria de couros e os seus tanques e fábricas. Custa ver os corpos silêncios da Fábrica do Castanheiro, do Arquinho, da Vaz da Costa à Albi, da Freitas & Fernandes, do Paulino Ferreira Leite, da Cruz de Pedra, da Friolax, da Premali, da Cosme & Miranda, do Cavalinho, da Fiação de Vila Pouca, etc. que, no conjunto, empregavam milhares e milhares de trabalhadores. Hoje estão todas desactivadas, algumas transformadas noutras realidades empresariais. Fora da cidade, a Coelima, a António Almeida & Filhos, a Josim, a J.Pereira Fernandes, a Moinho do Buraco, a Somelos, a Fiação da Abelheira, a Campeão Português, a Fundador, a Polistar, a Kimbo, a Guimar, ou fecharam portas ou estão reduzidas na sua capacidade produtiva, operando com meia dúzia de trabalhadores. Como a Coelima que já teve 5000 trabalhadores e neste momento terá 300. Em consequência, a vida social, económica, associativa, sindical e política sofreu alterações.
O PCP sofreu e sofre com tal alteração?
Nem podia ser de outra maneira num partido que tem no centro o trabalho, a valorização do trabalho e dos trabalhadores. O que surpreende alguns observadores é como nestas circunstâncias o PCP resiste e se mantém de pé. E eu aí respondo, é o enraizamento popular do PCP, é o seu prestígio, é o ser comunista mas muito português.
O facto de servir de muleta ao governo PS – na geringonça – é um preço que se reflecte na captação de votos no seu universo eleitoral? Ou, pelo contrário, o alinhamento com o Governo pode ter sido positivo?
Servir de muleta parece um conceito enviesado que pretende incutir a ideia, falsa, da existência de um acordo com o partido que sustenta o governo na Assembleia da República. Ora, tal acordo não existe. Não existe nenhum compromisso de aprovar antecipadamente esta ou aquela proposta do Governo, ou qualquer Orçamento de Estado. Conforme a matéria em discussão assim o voto do PCP. Acresce que, durante anos e anos, a direita partidária e os seus amplificadores nos órgãos de comunicação social pregaram uma mentira: quem tem mais votos tem direito a formar governo e tem direito a governar. Mas não é verdade. Pode dar-se o caso de o partido mais votado não conseguir o número de deputados suficiente para sustentar e viabilizar um governo! Porque na Assembleia se verifica uma relação de forças adversa e então o partido mais votado não garante um governo, dado as suas propostas chumbarem e o governo cair. É a situação que temos na Assembleia da República actual e é também a situação que recentemente se deu na Assembleia Regional dos Açores. A direita, acolitada por alguns segmentos do PS, grita, traição. O PCP contesta e sublinha ser tão-só a democracia representativa a funcionar! Dito isto, quero relembrar que o objectivo de retirar o poder à direita é um objectivo antigo, diria de sempre, do PCP. Donde, porque estavam reunidas condições e havia a possibilidade de concretizar o primeiro dos objectivos, mal andaria o PCP se fugisse com a palavra dada aos portugueses. E o PCP honra a palavra. Isto tem custos políticos? Terá. Isso tem custos eleitorais? Terá. Mas o PCP mede as suas acções pelo que de positivo estas trazem para o país, sobretudo para quem trabalha ou já está reformado, e, nesse sentido, é inegável que a solução encontrada teve boa receptividade por parte dos militantes, como se verificou no congresso que houve imediatamente a seguir, onde as reservas, se as havia, não foram apresentadas.
Em 2017, a CDU perdeu 10 Câmaras e em Guimarães perdeu a sua representação, a primeira vez em 43 anos, no executivo municipal. O que se passa com este partido/ coligação? A qualidade dos dirigentes políticos locais pode explicar esta falta de representatividade? O que era preciso fazer para o PCP/CDU recuperar um lugar de vereador na Câmara?
Se observar o mapa evolutivo das eleições autárquicas em Guimarães, vai constatar dois factos. Primeiro, o PCP, como APU ou como CDU, obteve sempre mais votos para a Assembleia Municipal do que para a Câmara Municipal. Logo, a baixa de votos para a Câmara não aconteceu apenas em 2017. E constatará também que em eleições sucessivas há uma erosão do eleitorado das coligações democráticas, mais acelerado no voto para a Câmara do que no voto para a Assembleia Municipal. Direi que é a erosão do sonho, o desacreditar na possibilidade de ter uma vida melhor, algum conformismo, alguma ilusão que sem luta firme, tenaz e permanente, que o PCP garante, a vida vai melhorar. É o reflexo do que anteriormente apontei na destruição dos postos de trabalho. Uma parte dos desempregados, os mais saudáveis, emigrou; outra desesperançou da vida política e engrossa o abstencionismo; outros, cansados e exaustos, revoltam-se inconsequentemente diante das televisões imaginando revoluções pelas redes sociais. E depois há os que não desistiram e resistem e esses continuam a confiar no PCP. Mas são menos, muito menos e embora disponíveis precisam que a opinião do PCP lhes chegue a casa, um a um, casa a casa e concorra com a opinião deformada pelas campanhas de desinformação, o que revela a complexidade da situação e a exigência de meios, formas e disponibilidade para motivar os descrentes.
Torcato Ribeiro seria a pessoa certa?
Essa pergunta é uma pergunta armadilhada. Ainda que mal compare é como perguntar a um homem casado se confia na mulher. Tem implícito um grau de desconfiança prévia. Ora, respondendo apenas por mim, não pelo partido, direi que sim, Torcato Ribeiro era a pessoa certa. Diria mesmo mais, tomara qualquer partido com lugar na vereação contar entre os seus eleitos com um vereador tão estudioso, tão dedicado, tão competente e tão probo como o Torcato Ribeiro. Não houve no mandato todo uma agenda, uma proposta, dele ou doutros, que ele não a estudasse, que ele não a descascasse até ao tutano. Contribuiu como poucos para dignificar as reuniões e o órgão. Mereceu o respeito e consideração dos seus pares, pela segurança e qualidade das suas intervenções, ficando famosa a sua fina ironia. Visitou obras, ouviu as populações das freguesias, deu provimento a queixas de cidadãos, respeitou os autarcas locais. Fez um trabalho limpo, sério e competente de que nos orgulhamos. Serviu a comunidade. Foi por ele que a comunidade foi alertada para o que se preparava em surdina sobre a reabilitação do Teatro Jordão; foi ele que alertou para a desatenção da Câmara no negócio privado que poria em causa o pedaço da muralha da Rua do Anjo (Torre da Alfândega). Podia dar mais exemplos, como a sua intensa e profícua actividade associativa e cultural, mas estes bastam para mostrar as qualidades do vereador que Guimarães perdeu.
Admite outro nome?
Admito esse e qualquer outro nome que a concelhia escolha.
O que perspectiva a nível nacional e local?
Pessoalmente já vivi muitos actos eleitorais de todo o tipo, desde locais a nacionais. Em todas as campanhas vi entusiasmo, camaradagem, solidariedade, alegria e convicção que se estava a fazer o que tinha de ser feito por parte dos militantes e dos amigos do PCP e da CDU. A satisfação que eu senti do dever cumprido era partilhada pelos demais protagonistas. Ouvi palavras de incentivo, recebi apoios em arruadas e até quem connosco concorria não hesitava em augurar bons resultados. Depois, nas urnas, esse apoio não se verificou. Tudo isto para dizer que tenho dificuldade em prever o futuro, como canta Sérgio Godinho. O que posso dizer e digo é que vamos para essa batalha com convicção, com alegria e com entusiasmo, fazendo chegar aos eleitores a palavra e a proposta que a comunicação social domesticada esconde, ignora, deturpa. Estou convencido que quer a nível concelhio, quer a nível nacional vamos ter surpresas.
Como se assiste a desastres eleitorais consecutivos e se continua sem inverter essa tendência?
Temos feito o que está ao nosso alcance para suster e reverter os insucessos eleitorais. Vamos até onde podermos ir, não vamos para além do natural e exigível. Não nos mascararemos, não vamos ceder valores nem princípios, não vamos ceder à descaracterização. A nossa identidade vale mais que votos. A nossa solidariedade com quem defende a sua soberania sobrepõe-se ao frenesim eleitoral. Temos noção exacta das nossas capacidades e possibilidades e por isso entramos em cada combate eleitoral com o objectivo de as nossas propostas, os nossos programas serem conhecidos, apreciados, votados. Disputamos eleições convictos que as nossas ideias são possíveis de realizar e são as que garantem uma vida melhor a quem vive do seu trabalho ou da sua reforma. Partimos em desvantagem, a desvantagem de quem é dado como morto e de repente surge ao eleitor assarapantado. Não nos vitimizamos, mas estamos conscientes que as eleições não são um jogo limpo entre iguais. Há os que todos os dias são levados ao colo e os que têm de remover a pedra do túmulo onde foram enterrados. Nesse aspecto, as eleições não são um jogo limpo em que todos partem em igualdade de circunstâncias. Há uns, peritos em rasteiras, que partem à frente. Nós lutamos à medida das nossas forças contra a adversidade e será isso que seguramente vamos fazer. Os resultados não se sabem antes, sabem-se no fim, mas como alguém disse, só perde quem desiste de lutar e nós não desistimos.
Acha que o PS continua a ser invencível em Guimarães?
Não há invencibilidade, nem impossibilidade. Há que enfrentar as situações, há que enfrentar a realidade e não fugir dela ou buscar desculpas. O PS terá capitalizado algum do descontentamento das vítimas da desindustrialização. Mais cedo do que tarde algum desse eleitorado vai verificar que o PS, ao contrário do que anuncia e promete, não resolve problemas, adia as soluções dos problemas. Vão constatar que o PS é uma espécie de aspirina, um paliativo para aliviar a dor, não para curar. E vão ver também que o PSD não difere muito do PS. É uma oposição sem alternativa. Vão confirmar que a CDU cumpre e respeita os programas que realmente transformam a vida dos vimaranenses, programas que contribuem positiva e decisivamente para melhorar as condições de vida, para melhorar a qualidade de vida. Nós não desistimos diante das contrariedades. Temos paciência, somos perseverantes. Somos o partido mais português de Portugal. Se os navegadores portugueses se acobardassem e não teimassem, nunca teriam chegado à Índia para gaúdio dos Velhos do Restelo.
Já agora que apreciação faz dos mandatos de Domingos Bragança?
Não pessoalizo a gestão de um órgão colectivo como é o caso da Câmara. Sobre a câmara municipal direi que faz gestão corrente, não investe, não cria condições para atrair nem população nem investidores, institucionais ou particulares. Se o governo der temos obra, se o governo prometer… ficamos à espera, tristes e conformados. A Câmara subestima a importância social e económica dos transportes, satisfazendo-se com os rebuçados que o Governo vai atirando para manter os gulosos distraídos. Não ousa liderar o ordenamento do território, remetendo-se ao comodismo do mercado, na esperança, vã, como se tem visto, de ele resolver questões vitais, como a mobilidade, a habitação, a industrialização, o emprego, a cultura e o desporto. Escuda-se por trás de algumas acções de natureza social para dar lustro à sua contida vertente social. Desperdiça competências e conhecimentos, reivindicando para si o que os eleitores quiseram que fosse distribuído por outros vereadores. Discrimina e castiga as populações que não votaram PS, impulsos antidemocráticos e com ADN salazaristas…
Como viu o 6-5 em vereadores entre PS-PSD/CDS, de 2017?
Como uma oportunidade desperdiçada. Oportunidade desperdiçada, porque não há muitas diferenças programáticas e de objectivos entre as forças que passaram a ser responsáveis únicas, sem o contraditório efectivo só possível quando em presença estão partidos com projectos verdadeiramente alternativos. Depois, pela perda de representação da CDU que ao longo dos anos levou às reuniões a voz que faz a diferença.
Faz alguma previsão para o mandato 2021-25?
Faço. Será de quatro anos…
Como avalia a actual vereação (de 1-10) individual e colectivamente?
Insuficiente…
E na Assembleia Municipal, o que lhe parece o desempenho dos partidos e dos seus representantes?
Despojando das actuações folclóricas que, por vezes, surgem aqui ou acolá, e até competição individual que, também, emergem involuntariamente, faço um balanço global positivo ao funcionamento da Assembleia Municipal. Tem fiscalizado, como lhe compete, a actividade da Câmara. Podia ser mais proveitosa e mais acutilante se o PS em vez de açambarcar o tempo das intervenções dos eleitos aceitasse ser mais generoso com os demais partidos, sobretudo com os mais pequenos. Dispor de três ou cinco minutos para abordar alguns temas mais complexos e trabalhosos, como sejam os orçamentos municipais, por exemplo, é amputar o deputado municipal da defesa do seu ponto de vista em prejuízo do debate, do esclarecimento e da busca das melhores soluções.
Em relação ao passado, com vários nomes que marcaram a história parlamentar local, fazer uma comparação hoje é um atrevimento?
Os tempos são muito diferentes, incomparáveis. Sempre houve e haverá eleitos municipais estudiosos e outros que se limitam a estarem presentes, a falar por falar sem acrescentar nada ao por outros dito antes.
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