Educação: Governo cria mais de 430 bibliotecas escolares no 1º ciclo em 2026

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O Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, anunciou a criação de mais de 430 bibliotecas em escolas do 1.º ciclo do ensino básico durante o ano de 2026. 

A medida representa um investimento de cerca de 3 milhões de euros, em parceria com o Banco de Portugal, e vai beneficiar aproximadamente 50 mil alunos que actualmente não têm acesso a uma biblioteca escolar.

O anúncio foi feito durante a sessão ‘Ler os resultados das provas ModA – Implicações para a aprendizagem da Leitura’, realizada no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, com a presença de directores de escolas de todo o país.

“Temos 1.487 escolas do 1.º ciclo sem biblioteca, o que significa que 25% dos alunos – cerca de 90 mil crianças – não têm acesso a livros”, afirmou Fernando Alexandre, considerando a situação “inaceitável” num país que “nas últimas décadas investiu tanto na educação”

“Como é que alguém pode desenvolver o gosto pela leitura se nem sequer tem livros por perto?”, questionou o Ministro, lembrando que muitas destas escolas estão em zonas sócio-economicamente desfavorecidas, onde também é raro existir uma biblioteca em casa. 

Prioridade às escolas sem biblioteca

A expansão da Rede de Bibliotecas Escolares em 2026 vai dar prioridade aos 30 agrupamentos que não têm qualquer biblioteca no 1.º ciclo e às escolas com mais de 80 alunos, independentemente de existir biblioteca noutras escolas do mesmo agrupamento. 

Em 2027, a segunda fase do plano vai abranger as restantes escolas, garantindo que todas têm acesso a este equipamento.

Fragilidades na leitura detectadas pelas provas

A medida surge na sequência dos resultados das provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA), realizadas pela primeira vez no ano lectivo 2024/2025 nos 4.º e 6.º anos, e do Diagnóstico da Fluência Leitora aplicado no 2.º ano de escolaridade. 

Os dados revelaram que 25% dos alunos do 2.º ano lê menos de 51 palavras correctamente por minuto, ficando abaixo dos níveis de referência. Nas provas ModA, 8% dos alunos do 4.º ano apresentaram níveis muito baixos de proficiência em português. 

“Temos 25% dos alunos com níveis muito baixos de fluência leitora, o que lhes vai causar dificuldades em todas as aprendizagens futuras”, alertou Fernando Alexandre.

Quatro medidas para reforçar a leitura

O Governo apresentou um conjunto de iniciativas para melhorar as competências de leitura dos alunos:

  • 1. Expandir a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) no 1.º ciclo – Criar bibliotecas em escolas do 1.º ciclo, dando prioridade aos agrupamentos sem biblioteca e às escolas com mais de 80 alunos;
  • 2. Programa de Ensino, Didática e Aprendizagem da Leitura (PEDAL) – Programa de formação que vai actualizar as competências de todos os professores do 1.º ciclo na didática da leitura e da escrita ao longo dos próximos dois anos, desenvolvido em colaboração com o Instituto de Educação, Qualidade e Avaliação (EduQA) e as instituições de ensino superior;
  • 3. Diagnóstico de Fluência Leitora – O teste aplicado no 2.º ano, que abrangeu mais de 90 mil alunos em 2024/2025, volta a ser realizado em todas as escolas no ano lectivo 2025/2026, com melhorias na plataforma e no guião, baseadas na experiência da primeira aplicação;
  • 4. Materiais de apoio para o Diagnóstico de Fluência Leitora – Escolas e professores vão receber textos e guiões para aplicarem autonomamente diagnósticos de leitura em todos os anos do 1.º ciclo, permitindo acompanhar o desenvolvimento da capacidade leitora e tomar decisões pedagógicas fundamentadas.

Desigualdades territoriais evidentes

O Ministro salientou que os resultados das provas ModA mostram que “as desigualdades territoriais são evidentes”. A região Norte apresenta os melhores resultados, seguida do Centro, enquanto “os Açores, a Península de Setúbal e o Algarve têm médias preocupantes, muitas vezes abaixo dos 50%”

“Mudar estruturas e criar condições para um sistema educativo mais homogéneo.”

Para Fernando Alexandre, estes dados revelam que “o contexto em que um aluno nasce condiciona os seus resultados”, o que exige “mudar estruturas e criar condições para um sistema educativo mais homogéneo”.

A leitura é a base de uma boa aprendizagem e determinante para o sucesso escolar, sendo fundamental para a construção de competências e para estimular o pensamento crítico e a curiosidade. 

“A igualdade de oportunidades começa pelo acesso aos livros”, defendeu o Ministro, concluindo que “será muito interessante observar o impacto destas bibliotecas no desempenho dos alunos. Tenho a certeza de que vai ser enorme”.

As medidas apresentadas estão alinhadas com os compromissos do Governo de garantir igualdade de oportunidades e uma educação de qualidade em todo o território nacional.

in: portugal.gov

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