Autárquicas: os números que falam… sobre um parlamento local sem o Bloco de Esquerda

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É uma Assembleia da República do território de Guimarães. Tem quase a representação plena do espectro partidário existente no concelho.

Para além da representação dos grandes partidos nacionais, a Assembleia Municipal ficou com a sua representatividade ferida, pela ausência de qualquer deputado do Bloco de Esquerda (BE) o mais penalizado destas eleições.

De facto, os 1.214 votos conseguidos em 55 freguesias/uniões, não deu para manter o deputado único que teve noutros mandatos.

Assim, o parlamento reflecte tão só as cores partidárias do PPD-PSD, CDS-PP, PS, Chega, CDU e Iniciativa Liberal. E os eleitores, também, repudiaram a candidatura do ADN, cujo candidato desconhecido – Duarte Silva, teve menos votos que Manuel Silva na eleição para a Câmara Municipal.

Rui Armindo Freitas, da coligação ‘Juntos por Guimarães’, obteve 41.212 votos: foi maioritário em oito uniões e 26 freguesias. Pedro Roque, do Partido Socialista obteve 36.645 com maiorias em três uniões e em 18 freguesias.

Chega, CDU e IL não ameaçam a hegemonia maioritária dos dois blocos partidários – AD e PS – somando apenas votos para uma representação que no caso do Chega, com seis deputados, foi melhor que a CDU e IL; a CDU fica com dois deputados que os 3.977 votos proporcionaram. E a IL manteve o seu deputado único com os 2.793 votos conseguidos no universo das freguesias.

O ADN estimulado em Guimarães por Manuel Silva, um ex-militante socialista do Sul concelhio que se propunha abalar as eleições, acabou esfumado por resultados menores. Teve em três freguesias zero votos e a sua votação variou nas restantes entre o mínimo de um e o máximo de 202 (na sua Guardizela natal). Somou 732 votos em 52 freguesias.

Apesar de ter obtido votos em todas as freguesias, o Bloco de Esquerda, chegou aos 1.214 que não deram sequer para eleger Francisca Rodrigues. A sua votação variou entre dois e 89 votos, o que expressa bem o esvaziamento local do partido que, à esquerda, não se consegue impor.

A Assembleia Municipal continua a ser o órgão mais plural e democrático no concelho. © Direitos Reservados

A Iniciativa Liberal conseguiu com os 2.793 votos eleger o cabeça de lista Simão Cunha, igualando o número do anterior mandato. Os liberais atingiram o máximo de 253 votos em Selho São Jorge e o mínimo, de cinco, em Longos.

A CDU manteve os sinais de perda de influência no território, conseguindo a representação mínima na Assembleia. Inês Rodrigues e Torcato Ribeiro são os deputados eleitos pelos 3.977 votos obtidos na geografia eleitoral concelhia, com um mínimo de cinco em São Faustino e um máximo de 324 em Creixomil.

O Chega passou de um deputado para seis, tornando-se, de facto e de direito, a terceira força partidária do concelho. André Almeida – que repetiu a sua indicação para cabeça de lista – tem agora mais cinco no seu grupo parlamentar o que pode dar um élan mais forte ao seu ímpeto político, com a certeza de que votará em função do interesse da população e pela afirmação da mudança operada com a derrota do PS e do seu desligamento do aparelho municipal. Os 10.178 votos fazem com que Pedro Pinto, Ana Isabel Mendes, Francisco Araújo, Diana Leite e Joana Pinto participem pela primeira vez no parlamento local. A sua votação variou entre o mínimo de 32 votos obtidos em Airão São João e 616 em Creixomil.

O PS, cuja votação para a Assembleia Municipal foi lisonjeira, fez com que Pedro Roque com 36.645 votos obtivesse os que eram necessários para disputar a presidência da mesa do parlamento vimaranense. Uma votação reflectiva na totalidade do território concelhio com um mínimo de 183 votos na união de freguesias de Arosa e Castelões e um máximo de 1.708 votos, em Ponte. Conseguiu 21 deputados e o segundo lugar na votação.

Finalmente, a coligação ‘Juntos por Guimarães’ fez com que Rui Armindo Freitas ganhasse uma posição forte para se tornar no presidente da Mesa da Assembleia, chegando aos 41.212 votos. O mínimo que obteve foi, também, na união de freguesias de Arosa e Castelões, com 216 votos, chegando aos 2.539 – máximo – em Creixomil.

A Aliança Democrática acabou por ser maioritária em oito uniões e em 26 freguesias, ultrapassando o rival socialista, em nova vitória histórica, numa votação com mais de 100 mil eleitores.

Sendo assim, os deputados eleitos directamente para o parlamento são: 25 de ‘Juntos por Guimarães’, 22 do PS, 6 do Chega, 2 da CDU e 1 da Iniciativa Liberal, num total de 56; a Assembleia é composta por 111 representantes dos vimaranenses, sendo que 55 são os presidentes das Juntas de Freguesia. E aqui o domínio é absoluto dos dois maiores partidos (PPD-PSD mais o PS). O PS tem 30 e ‘Juntos por Guimarães’ 24 e mais a presidente de Ronfe que é uma clara apoiante de Ricardo Araújo.

O PS fica com 52 deputados, a coligação ‘Juntos por Guimarães’ com 49 mais um de Ronfe, o que perfaz 50, o Chega com seis, a CDU com dois e IL com um.

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