Há pouca gente que conhece o passado – ou queira conhecê-lo – da representação do Vitória nos órgãos do futebol português.
Vamos recordar porque são conhecidos, ainda, hoje, nomes como Fernando Roriz, Gil Mesquita, Hélder e Raúl Rocha e Dinis Monteiro. E o que fizeram servindo o futebol e o Vitória. A ida para qualquer cargo era símbolo de bairrismo para além de clubismo saudável. Recordo até que o Juíz Narciso Machado – um vimaranense na altura em serviço no Tribunal Judicial de Guimarães – foi eleito presidente do Conselho de Disciplina, trazendo justiça e igualdade ao julgamento de casos decorrentes dos jogos de futebol e da actividade desportiva. E um Procurador da República passou a integrar o órgão jurisdicional da AF Braga – Jorge Gonçalves, aqui residente. Também se podia falar de Gonçalo Gama Lobo, advogado, que esteve no Conselho de Disciplina da FPF.
Todos eles representavam o Vitória que, por via da AF Braga ali se integravam e chegavam até aos órgãos da FPF. Esses não queriam ocupar lugares… exerceram-nos. Estava em causa a defesa do emblema e não a valorização do seu currículo, coisa de somenos em função do interesse de fazer com que o Vitória não fosse (tão) prejudicado.
O poder no futebol, de então, e na FPF era mais distribuído. O que não acontece agora, pois, ao contrário do Vitória, o Benfica, Porto, Sporting e até o Braga sabem como ter lá os seus representantes… a mandar a sério.
O passado incomoda, mostra a pouca influência dos dirigentes vitorianos mais recentes? Talvez porque alimentaram um presidencialismo severo para os interesses do clube e que o circunscreve apenas em volta do complexo desportivo e do Estádio e não se projectou para Braga ou Lisboa e agora até ao Porto (sede da Liga).
Hoje, já não se sabe o que e quem representam na AF Braga – cujos dirigentes de topo na direcção são verdadeiros políticos (do PS) activos para quem a política é mais do que uma profissão.
Pode-se comparar – com o passado – o que valem os dirigentes de uma associação que não defende os seus clubes? Para que serve o voto a não ser para solidificar o poder de outros?
“E para que servem as suas habilitações de MBA’s e outros quejandos?”
Os que contestam o que escrevemos aqui, podiam mostrar o que valem no futebol português – não o que fizeram – mas esperam fazer e com que estratégia. E para que servem as suas habilitações de MBA’s e outros quejandos?
De facto, estando tudo como estava antes – as associações continuam a eleger os dirigentes da FPF – e tendo a Federação competências bastantes no domínio da arbitragem e da disciplina – para não falar de outras – porque não se conquista o poder, como sempre o fizeram o Porto na altura com Adriano Pinto, o Benfica e o Sporting… sem medos nem sofismas?
Veja-se que o percurso e a estratégia do Braga vai nesse sentido… e até já consolidou uma presença anual nas provas da UEFA – onde ganha dinheiro – tal como os três grandes que se degladiam pelas receitas da Liga dos Campeões e se impõem à lei do apito no futebol português.
Tudo isto é passado? Mas esse passado é uma espada de Dâmocles sobre o presente actual e futuro!
O Vitória não tem uma representação capaz no futebol português, contenta-se com uma presença intermitente na direcção da Liga e nalgum grupo de trabalho. E nada mais? Mas há exemplos desta ausência de representação para evidenciar noutros artigos.

E não basta ter um presidente eleito – sem ter alguém que noutras instâncias possa contribuir para mudar o que vai mal… há tanto tempo no futebol português.
Até a ideia de ter vitorianos a escrever em jornais nacionais não dá resultados porque nem sequer fazem comentários como os que representam o Braga, o Porto ou o Benfica e Sporting – estes clubes até nem precisam de ter ninguém porque os comentadores existentes fazem esse papel, bem melhor do que qualquer comentador furtivo.
Acorda Vitória – e acorda Guimarães – e que o D. Afonso Henriques fale e desembainhe a sua espada (palavra), arrumando com os que julgam que defender o Vitória… é sentarem-se numa cadeira no camarote presidencial, do estádio D. Afonso Henriques.
É claro que esta crónica é causa e efeito da actuação de João Pinheiro, no jogo, de ontem, com o Benfica que expulsou um jogador vitoriano com a mesma falta cometida por um jogador encarnado – o tão falado pé em riste.
Será que a AF Braga vai defender um clube filiado? E condenar um árbitro da sua associação?
Diga-se, desde já, que o Benfica não ganhou por causa disso. Mas ajudou no 11 contra 10… deixando dúvidas sobre o carácter do árbitro, de um dos seus ajudantes e do VAR… o que é mau para o futebol!
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