Têxtil: oportunidades vindas da América com a eleição de Donald Trump

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A vitória de Donald Trump nas eleições americanas, será uma janela de oportunidade para o sector têxtil português se o novo presidente avançar com a taxa de 70% sobre a importação de produtos chineses, anunciada ao longo da sua campanha eleitoral.

“A guerra comercial entre os Estados Unidos da América e a China pode ter um lado positivo quer para a parte do vestuário quer para os têxteis-lar portugueses uma vez que as empresas vão procurar fora dessa zona. Podemos ganhar alguma quota de mercado”, diz Mário Jorge Machado, presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.

Mas esta janela pode ter outra face: “as empresas chinesas ao não poderem vender tanto para os Estados Unidos da América vão procurar outros mercados, nomeadamente o europeu”.

“Esta guerra comercial pode gerar um menor crescimento da economia, quer americana, quer europeia.”

Mário Jorge Machado mantém cautelas sobre esta hipótese, observando as consequências da aplicação da taxa de 10 a 20% sobre os produtos europeus. “Estamos em desvantagem na Europa porque somos mais exportadores que importadores de mercadorias para os Estados Unidos da América. Esta guerra comercial pode gerar um menor crescimento da economia, quer americana, quer europeia, com todas as consequências que isso traz”, alertou.

O fecho dos mercados significa um período de maior dificuldade para as empresas, o que “obrigará a União Europeia a pensar em medidas idênticas às da covid-19, onde as empresas precisam de aceder a ajudas extraordinárias para ultrapassar a baixa nas exportações”, refere o também presidente da Euratex.

Da parte da Confederação está a ser feita uma avaliação destes cenários, para no final propor medidas à Comissão Europeia. “O sector mais afectado em termos de economia europeia não será certamente o têxtil e vestuário, mas dada a interacção do têxtil com outros sectores, nomeadamente o automóvel, seremos impactados”, concluiu.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, já se manifestou relativamente à eleição de Donald Trump, pedindo uma “parceria transatlântica que continue a dar resultados para os cidadãos e estabilidade económica”. De acordo com o Kiel Institute para a Economia Mundial da Alemanha, a política protecionista de Trump pode levar a uma queda de até 0,5% no produto interno bruto da União Europeia.

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