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Domingo, Novembro 24, 2024

UMinho: jornadas procuraram desbobinar o futuro têxtil

Economia

As Jornadas de Engenharia Têxtil, na sua quarta edição, realizadas de 18 a 20 de Março, podem ter deixado um sinal de maior exposição à sociedade e de um diálogo mais permanente com o mundo empresarial.

Para já, não se pode dizer que não há ‘um muro’ (tipo Berlim) a separar a Engenharia Têxtil e o mundo empresarial da Indústria Têxtil e do Vestuário (ITV) que tende a ser derrubado num futuro próximo.

Nas ainda recentes Jornadas de Engenharia Têxtil, ficou evidente que, ao contrário, de outros cursos, há um relacionamento a cultivar entre as duas partes, de forma permanente. E que nos pareceu estimulada neste evento, em que a vontade de colaboração mútua pode acelerar já. 

Se ninguém coloca em causa o papel formador da Universidade, o mesmo não se pode dizer quando se trata de reconhecer que cursos e formação universitária devem ter os alunos e que interessam às empresas, no sector do têxtil e vestuário.

Se é legítimo ao aluno perguntar e saber se nesta indústria, com relevância no Norte, se paga bem aos licenciados, também será legítimo à empresa questionar o que é que o aluno pode aportar de mais valia para as empresas.

Ana Sousa (ANIVEC) considera “importante” a ligação dos diversos cursos com as empresas porque o sector da ITV vive no mundo da inovação permanente. E com os desafios diários que se colocam às empresas é importante fazer-se a integração de jovens licenciados na indústria.

Não tem dúvidas de que “a indústria têxtil e do vestuário é, hoje, ainda mais atractiva, pela sua oferta formativa”.

Mário Jorge Machado, presidente da ATP, dirigindo-se aos estudantes da plateia, afirmou que “o futuro do sector está assegurado e vai continuar assegurado”, admitindo que “é um sector que já precisa de sangue jovem”. Explicou o trabalho das associações em mostrar o que “este sector já fez e pode fazer ainda em matéria de sustentabilidade e de circularidade”.

Ana Sousa, Hélder Carvalho e Mário Jorge Machado. © GA!

O desafio têxtil, porém, mantém-se: “se não formos capazes de nos mostrar e de vender-mos – a nossa imagem – não existimos”.

Sublinhou a importância das redes sociais e a sua utilização “onde todos podemos mostrar o que estamos a fazer”. E deu nota de que “a promoção do país e das empresas, num mundo competitivo, é uma tarefa permanente”. Deixou evidente “a forte relevância de Portugal no comércio internacional dos produtos têxteis”, incluindo os têxteis técnicos, uma variante “onde temos de inovar ainda mais”.

O sector têxtil e do vestuário é “pouco regulado”. Mário Jorge Machado espera que com “as alterações da União Europeia, ao nível da regulamentação do ‘Green Deal’ que contemplará 14 sectores industriais incluindo o têxtil nesse grupo que a própria Europa dos 27 considera sectores estratégicos”.

“Esta indústria têxtil, do vestuário e moda, é estratégico para a economia europeia.”

O presidente da ATP mostrou aos estudantes da licenciatura de engenharia têxtil, um retrato em números do sector, que vale na UE cerca de 160 mil milhões de euros em volume de negócios e seis mil milhões em Portugal. “Não há dúvidas de que esta indústria têxtil, do vestuário e moda, é estratégico para a economia europeia” – sustentou.

Ana Sousa acentuou que “o relacionamento estreito com os alunos, através de eventos, de visitas às empresas, do interesse que os licenciados mostram na procura de uma profissão, vai de encontro às necessidades mútuas de empresas e futuro engenheiros”.

Por isso, considerou que “todas as tentativas de integração dos alunos, ao saberem das necessidades das empresas e das várias formações ministradas na UMinho só podem estreitar o relacionamento que importa acelerar entre a Academia e o mundo empresarial”.

“Sigam as revistas… há muita informação a circular todos os dias.”

Esta aproximação, também, passará, no entender de Mário Jorge Machado, pela procura de informação sobre o sector, com origem nas associações e nas suas newsletters, nos jornais do sector, na EURATEX. “Sigam as revistas… há muita informação a circular todos os dias” – disse aos alunos do curso de engenharia têxtil.

Hélder Carvalho, presidente do departamento de Engenharia Têxtil, admitiu aproveitar esta dinâmica das Jornadas de Engenharia Têxtil para tornar “mais visível o nosso curso e as nossa actividades” mesmo com as dúvidas que mostrou sobre se a indústria têxtil anda à procura de engenheiros têxteis e se precisa deles.

Considerou importante “saber o que as empresas precisam… porque desenvolver formações não é o suficiente, até em termos quantitativos”.

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