A Cantarinha dos Namorados de Guimarães foi oficialmente reconhecida e incluída no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas.
A decisão foi anunciada através de um despacho publicado esta Terça-feira em Diário da República, conferindo à peça o estatuto oficial de património cultural e artesanal.
“Merece ser protegida e valorizada como parte integrante do nosso legado cultural.”
Para Paulo Lopes Silva, vereador do Município de Guimarães e presidente de A Oficina – Centro de Artes e Mesteres Tradicionais de Guimarães, a Cantarinha dos Namorados “é uma expressão vívida da nossa identidade cultural e das tradições que nos ligam ao passado”. É um símbolo dos “afectos e das trocas de sentimentos entre vimaranenses” e como tal, “merece ser protegida e valorizada como parte integrante do nosso legado cultural.”
O despacho, assinado pelo presidente do conselho director do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), Domingos Ferreira Lopes, aprova a inclusão da produção tradicional da Cantarinha dos Namorados de Guimarães, tendo A Oficina – Centro de Artes e Mesteres Tradicionais de Guimarães como titular do registo.
Esta peça, que reproduz a forma de um cântaro de água e é composta por quatro elementos – cântara, prato, púcara e tampa -, é produzida em barro vermelho com recurso à roda de oleiro. Decorada com pó de mica, a Cantarinha incorpora motivos florais em relevo ou elementos geométricos em baixo-relevo, testemunhando assim a história da olaria de Guimarães ao longo de pelo menos quinhentos anos.
A delimitação geográfica da área de produção abrange as freguesias de Oliveira do Castelo, Fermentões, Brito e Lordelo, no concelho de Guimarães. Este reconhecimento visa não só preservar a tradição existente, mas também incentivar o surgimento de novas unidades produtivas em todo o território vimaranense.
Recorde-se que, como parte do investimento do Município para a preservação desta tradição, estão a ser reabilitados os Fornos da Cruz de Pedra que irão perpetuar a olaria de Guimarães numa obra que permitirá a instalação de um núcleo museológico de referência da arqueologia industrial local e ateliês de olaria, tendo em vista a produção de peças de olaria tradicional e contemporânea.
Com estas valências, pretende-se criar as condições para uma acção pedagógica ao nível da formação e prática deste tipo de artesanato, perpetuando a memória das famílias Machado, Rainha e Réus, com grande tradição na olaria, bem como a de Joaquim Oliveira, artesão que, durante muitos anos, foi o autor da tradicional Cantarinha dos Namorados, ícone da olaria vimaranense.
Com este reconhecimento, a Cantarinha dos Namorados de Guimarães fortalece o seu lugar no panorama cultural e artesanal de Portugal, destacando-se como uma herança valiosa a ser preservada e apreciada.
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