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Domingo, Novembro 24, 2024

Resíduos orgânicos: criar ilhas de compostagem comunitária nas vilas é uma meta

Economia

  • A vereadora do Ambiente, Sofia Ferreira, prevê que até 2026 todo o concelho possa estar coberto pelo circuito de recolha de resíduos orgânicos, tarefa que pode ser desempenhada pelas Brigadas Verdes.
  • O Município espera com a recolha de resíduos orgânicos dar passos na direcção da Bioeconomia e incrementar a economia circular.
  • Paralelamente, prevê o aumento da compostagem doméstica, levará a criar ilhas, de compostagem comunitária nas nove vilas do concelho.

Sete meses depois (Janeiro/ Outubro de 2023) do início da recolha selectiva de orgânicos, qual é balanço que se pode fazer?

O Município de Guimarães iniciou o processo de recolha de resíduos orgânicos em Janeiro de 2022, no centro histórico, tendo alargado o projecto às escolas e ao canal Horeca em Novembro do mesmo ano, e desde Fevereiro de 2023, alargou às freguesias de Oliveira do Castelo, São Paio e São Sebastião, Creixomil, Costa, Azurém, Mesão Frio, Ponte, Fermentões e Caldelas. Dos 22000 utilizadores destas zonas, cerca de metade já levantaram os seus contentores e iniciaram o processo de recolha, verifica-se sempre que no sistema porta-a-porta há menos contaminantes, mas o processo tem sido muito participativo, e esperamos ainda integrar mais utilizadores em 2024. Para criarmos um maior benefício e incentivo à separação dos orgânicos, iremos atribuir um benefício na tarifa de resíduos, aos utilizadores cumpridores.

De que modo se avalia a eficácia deste programa: pelo número de toneladas recolhidas, pela população abrangida?

Em 2022 foram recolhidos cerca 1000 toneladas de resíduos orgânicos, já em 2023 de Janeiro a Setembro já recolhemos mais de 4500 toneladas, ou seja, aumentamos, mas de 400%.

A estratégia e o calendário de cobertura desta recolha tem tido alguns atrasos, ou a sua implementação no território segue o que foi planeado?

Inicialmente o processo teve um atraso, dado a dificuldade da entrega das viaturas para a recolha por parte dos fornecedores, no entanto, posteriormente aceleramos os processos e neste momento já estamos com resultados superiores aos esperados. A designação de Guimarães como uma das 100 cidades escolhidas pela União Europeia para atingir a neutralidade climática até 2030, fará com que aceleremos a transição e as datas previstas no plano para implementação em todo o concelho. Prevemos ter uma cobertura de 100% em 2026.

© Direitos Reservados

Que dificuldades foram encontradas na sua implementação, nestes primeiros sete meses?

Uma das maiores dificuldades é conseguirmos que a comunicação chegue a todos os utilizadores, mas como estabelecemos um processo participativo, com as juntas de freguesia, com a Vitrus Ambiente e o Laboratório da Paisagem, temos conseguido cada vez melhores resultados, e mais adesão ao sistema. Neste sentido, investimos forte na comunicação de proximidade porta-a-porta e através de campanhas nas rádios, nos jornais, nas paragens de autocarros e nos outdoors.

A implementação deste projecto o que mudou na rotina da recolha de resíduos?

A rotina dos dias de recolha manteve-se, criamos foi dias para a recolha dos orgânicos e dias para a recolha dos resíduos indiferenciados.

Qual o feedback da população a este mudar de hábitos e a seleccionar os orgânicos?

Temos tido uma adesão muito positiva, para um projecto que se iniciou tão recentemente, e isso é do trabalho em contínuo que o Município tem vindo a fazer desde 2013, na área da sustentabilidade, o que torna mais fácil a adesão da população a outros projectos, bem como, o trabalho que temos realizado no âmbito do programa PEGADAS com as escolas.

Sofia Ferreira (vereadora do Município de Guimarães). © Direitos Reservados

Qual o destino final dos resíduos recolhidos, para quem serve, onde são depositados e para o que servem?

Os resíduos são encaminhados para Estação de Tratamento Biológico e servirá para criar um composto que se encontra certificado, que posteriormente será devolvido para adubar as nossas áreas verdes.

Qual o impacto no ambiente municipal desta recolha?

A recolha de resíduos orgânicos, reduz substancialmente a emissão dos gases de efeito de estufa e será um contributo importante para a neutralidade carbónica até 2030.

A recolha de orgânicos insere-se nos objectivos da economia circular?

Sim, a Bioeconomia, um trabalho que estamos a elaborar para a Comissão Europeia no âmbito do piloto que Guimarães pertence, sendo a única cidade portuguesa, da Circular Cities Region Initiative, onde estamos em conjunto a elaborar um roadmap dos biorresíduos, para que o círculo se encerre no Município, ou seja todos os biorresíduos recolhidos pelo Município, sejam transformados em fertilizante para ser novamente devolvido para integração no nosso território, uma espécie de compostagem.

© Direitos Reservados

O RRRCiclo tem apoios comunitários e que de montante?

A RRRCiclo já teve comparticipações de fundos comunitários na ordem dos 800.000,00€, no entanto o Município já investiu mais de 1.500.000,00€ para a sua implementação.

Quais são as próximas metas?

Alargar de forma radial o projecto, aumentar a compostagem doméstica e criar ilhas nas nove vilas para a compostagem comunitária, que ficará entregue às Brigadas Verdes. Na verdade, estes projectos só podem ter sucesso com o envolvimentos de todos os cidadãos

Que entidades municipais, supra-municipais ou outras estão envolvidas neste RRRCiclo?

Existe um Focus Group formado desde o início do processo da qual fazem parte um conjunto de identidades, que nos apoiam nas melhores soluções e na monitorização do projecto em contínuo, como o Laboratório da Paisagem, a coordenadora da Estrutura de Missão, a Vitrus Ambiente, a Resinorte, o Centro de Valorização de Resíduos, a Refood, a Associação Vimaranense para a Hotelaria, a Associação Ave, a Quercus, a Zero, a Universidade do Minho e o programa de educação ambiental PEGADAS, acrescenta-se ainda o nosso Plano Zero Waste, que é auditado pela Associação Zero, e que também tem metas ambiciosas a serem atingidas até 2030.

© 2023 Guimarães, agora!


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