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Guimarães
Segunda-feira, Novembro 25, 2024
José Eduardo Guimarães
José Eduardo Guimarães
Da imprensa local (Notícias de Guimarães, Toural e Expresso do Ave), à regional (Correio do Minho), da desportiva (Off-Side, O Jogo) à nacional (Público, ANOP e Lusa), do jornal à agência, sempre com a mesma vontade de contar histórias, ouvir pessoas, escrever e fotografar, numa paixão infindável pelo jornalismo, de qualidade (que dá mais trabalho), eis o resultado de um percurso também como director mas sempre com o mesmo espírito de jornalista… 30 anos de jornalismo que falam por si!

Poder local…

Este jornal sobre Vilas & Freguesias, pretende ser global e transversal a Guimarães. Pretende mostrar – servindo-se da actualidade e da realidade de cada parcela – como somos um todo e não apenas a soma de várias capelas ou quintas. Em Guimarães, tem-se discutido que o Município deveria investir mais nas freguesias, como se as freguesias não fizessem parte do Município e fossem uma realidade diferente: um investimento que não se resuma apenas a mais cimento, mais alcatrão, mas que proporcione o que todos desejamos, um desenvolvimento sustentável e ambientalmente forte, e sirva para que nas nossas escolas, nos clubes desportivos e associações, nos lares de idosos, se proporcione uma melhor qualidade de vida, também na cultura. O paradigma do “melhor e bom autarca” ainda padece de erros do passado e do presente: ainda há muitos que pensam que se deve investir, em jeito de réplica e duplicação, em cada espaço territorial, administrativamente definido, ou seja, se há capelas mortuárias para uns, deve haver para todos, gerindo o Município e as freguesias ao jeito de impulsos e demonstrações de modas. E como se o dinheiro abundasse. E não houvesse limites para gastar… O autarca de hoje, é muito mais do que um livro de reclamações aberto e permanente, não pode ser um pedinte, desejando hoje uma janela reparada na escola da sua terra, uma rua sem buracos ou outra coisa qualquer. E não pode ser factor de divisão querendo apenas para si e não para todos. Tem de planear e pensar diferente, ir para além da mercearia, até para poder reclamar mais competências e mais meios. E o que se vê, é acumular erros do passado, repetindo e replicando modas, imitando o Município na distinção dos melhores, no pagamento de livros aos alunos em idade escolar, preferindo soluções parcelares e não políticas locais e comuns a vários territórios, aproveitando escala e tornando o investimento economicamente sustentável, como se faz com a água e o saneamento. Houve uniões de freguesias impostas por lei, mas não há no concelho nenhuma iniciativa que pense um determinado território à velocidade de uma, duas ou três freguesias. Salvo o que se faz, em termos sociais, pelas comissões inter-freguesias, o esforço de conjugação de interesses não existe por parte das freguesias mas por parte do Município. Por isso, importa falar global à escala concelhia e não localmente à escala de uma freguesia porque a nossa riqueza está no bom que cada terra tem. É isso, também, que fazemos mostrando o que fazem e quem são os nossos artistas, o que escrevem os nossos autores, os locais que há que merecem ser visitados porque são reservas e museus dos nossos tesouros, onde há eventos de nível e classe mundial, no tiro, por exemplo, onde o Pevidém e o seu clube industrial, tem tradição quase centenária, onde se tratam bem os nossos seniores, onde a cultura não devendo ser apenas para os “urbanos” possa contemplar algo que compreendam e aceitem e não algo rejeitam porque só uma minoria é capaz de compreender e viver com a cultura. Ou mesmo o que se faz no desporto, para que as crianças e jovens possam ter uma vida desportiva efectiva. Também, em termos de prática democrática, as freguesias devem saber viver com os seus antagónicos e opositores, dar passos para tornar a sua gestão transparente, vivendo com as regras de hoje, de um mundo aberto e comunicativo, não escondendo o que julga ser público do que é efectivamente público. Muitos autarcas, gostam de se ver ao espelho como Narciso, julgando que o Facebook é tudo. Erro humano, porque nem todos são populares ou sabem comunicar nas redes sociais ou sequer montam um qualquer sindicato de likes, capaz de mudar e inverter estatísticas de popularidade. Há quem também com ânsia de mais protagonismo esqueça que hoje tudo é testado, verificado, confirmado, questionado. Não adianta viver ao jeito de gato escondido com rabo de fora…

© 2019 Guimarães, agora!

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