O mês de janeiro termina hoje e parece que o ano de 2023 já vai longo.
A cada novo recomeço temos a esperança que a mudança pode chegar e que será para melhor. A CDU começou o ano promovendo um debate na Casa da Memória sobre o Direito à Mobilidade, coincidindo com o primeiro ano de funcionamento da Guimabus e depois de, no início do mês de dezembro, ter entrado em vigor a nova concessão de transportes da Comunidade Intermunicipal do Ave (CIM do Ave), que foi anunciada, segundo lemos na comunicação social, como “um marco na promoção da sua coesão territorial e social”.
No entanto, esta nova concessão de transporte público rodoviário da CIM do Ave, que faz a interligação entre oito concelhos, nomeadamente Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela parece não estar a dar as respostas que se esperavam.
Os passes da Guimabus deixaram de ser válidos para esta nova concessão. Durante um ano foram utilizados sobretudo nas localidades do concelho de Guimarães onde não chega a Guimabus mas chegava aquele serviço. Uma alteração que aconteceu a meio do mês, apanhando os utentes desprevenidos, levando os presidentes de junta das freguesias São Torcato, Atães e Rendufe a manifestarem preocupação com o facto dos reformados e dos estudantes não conseguirem viajar nestes transportes públicos dificultando o cumprimento de horários, o acesso a serviços públicos e limitando o direito à mobilidade.
Mais clara fica a necessidade de discutir muito este assunto, ouvir as populações, perceber quais as necessidades reais e saber que dificuldades enfrentam os novos concessionários. E para isso o grupo municipal da CDU pediu na última sessão da AM que o executivo fizesse publicamente um balanço sobre o primeiro ano da Guimabus, sobre se há ou não mais gente a utilizar os transportes públicos no concelho, que linhas tiveram que ser alteradas, existem ou não dificuldades na contratação dos motoristas, sobre se a falta de motoristas, que foi denunciada no debate que a CDU promoveu, é impeditivo para que se concretizem todos os horários, entre tantas outras questões.
Pede-se que o executivo camarário seja mais transparente com os vimaranenses contribuindo para que optem pelo transporte coletivo e prescindam do automóvel individual, para um concelho mais verde e com um futuro que vai muito mais além do prémio de Capital Verde Europeia.
Amanhã já é fevereiro e os utentes vão ter que adquirir dois passes se tiverem que viajar na Guimabus e na Ave Mobilidade e isso não é o futuro, é andar para trás. É acrescentar despesa à economia familiar, pedir aos professores para não marcarem falta se os alunos chegarem atrasados à primeira hora e que os deixem sair mais cedo para poderem usar o transporte público ou isolar a população mais idosa porque não têm dinheiro para dois passes é andar para trás.
E quando desejávamos caminhar para o futuro, com as novas concessões, com a promessa de um passe único no Quadrilátero Urbano, com um Plano Ferroviário Nacional e com a nova Candidatura a Capital Verde Europeia a ser apresentada em Março, percebemos que Guimarães continuará isolada com o PFN, que afinal não há passe único, ou seja, parece que retrocedemos e lá ficam os direitos essenciais consagrados na Constituição da República, como o direito à Mobilidade e a um Ambiente sadio, fechados na gaveta.
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